Monólitos Post

Pensar no desenvolvimento de uma cidade é, também, respeitar e valorizar o professor. Enquanto a Prefeitura de Quixadá não valorizar, de fato e de direito, os professores a situação não vai mudar. Seremos um município medíocre e de enganação. Infelizmente, em Quixadá os professores têm de fazer greve para garantir apenas o que lhes é de direito, aliás, nem com greve conseguiram o reajuste previsto em lei.

Acontece que recentemente, de 23 à 27 de abril, os professores da rede municipal de ensino deflagraram a primeira greve de Quixadá depois de mais dez anos sem uma paralisação no setor educacional. A razão da greve se deu porque o prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), decidiu que não concederia o reajuste de acordo com o piso salarial nacional dos profissionais do magistério de 2018 que foi de 6.81%, como fez quase todos Municípios cearenses. Aliás, nas gestões dos ex-prefeitos Rômulo Carneiro e João Hudson os professores chegaram a ter reajuste acima do percentual estipulado pelo Governo Federal.

Entretanto, além do desgosto dos profissionais do magistério com a falta reajuste, a categoria se decepcionou também com uma declaração pública justamente da secretaria de educação Josênia França, que ao discursar em uma sessão da Câmara de Vereadores, falou o seguinte: “O que não admitido é que doze mil alunos sem ter aula porque eles estão com o pior indicador do estado do Ceará (..) e hoje eu fiquei mais indignada ainda, onde vi minha sobrinha indo pro colégio, que estuda em escola particular, os professores lá eu tenho certeza que nenhum ganha metade do que os professores da rede pública recebe, e lá ela ta indo pra aula, tá entendendo a inversão? (…)” disse a secretária menosprezando o trabalho e a greve dos professores.

Porém, a declaração da secretária de educação causou um clima de grande descontentamento e mágoa entre os professores, pois os mesmos esperavam que a autoridade máxima da educação municipal quixadaense tivesse uma postura de apoiar os professores e não de desmerecer e de desvalorizar a classe docente. Afinal, Os professores merecem salário digno e condições satisfatórias de trabalho nas escolas. Precisam ser reconhecidos pela função que exercem. O investimento em educação deveria ser a prioridade de qualquer gestor sério, decente, responsável e preocupado com o futuro das suas crianças. Não é tarefa fácil ser professor, e fica ainda mais difícil quando se é professor em escola pública numa administração que não respeita e menospreza essa nobre profissão.

É realmente incompreensível alguém ser contra o reajuste básico dos professores e ainda comparar o melhor com o pior. Comenta-se entre os profissionais da educação que a fala da secretaria foi fundamental para influenciar mais ainda o prefeito a negar o reajuste de pelo menos 6.81%.  Comenta-se também que tudo indica que havia um complô para encerrar a greve sem o aumento igual ao percentual federal, já que na reunião que ocorreu nas dependências do Sindicato dos Servidores para decidir a questão, “algumas pessoas” estranhamente defendiam mais a gestão do que os servidores.

Assista o pronunciamento da secretária Josênia França na Câmara Municipal.

Por: Herley Nunes
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