A entrevista do atual chefe do Executivo de Quixadá, João Paulo de Menezes Furtado, ao Jornal da Liderança, na última quarta-feira (19) ainda repercute nas ruas da cidade. Ele foi estingado pelo radialista Herley Nunes a responder perguntas que não são fáceis de ser tratadas em público.
Entre os assuntos tratados no encontro estava à relação entre ele e Ilário Marques, que foi afastado no último dia 16 de agosto por comandar suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Quixadá. João Paulo disse que vinha sendo isolado pelo petista e seu grupo. “No primeiro ano eu participei de reuniões com os secretários, sempre estava à disposição. Nesse segundo ano eu comecei a ser um pouco isolado, a ser um pouco afastado. Fui sendo um pouco colocado de lado. Eu sou uma pessoa que gosto de ter muita cautela. Eu acho que uma briga não é bom para cidade, é tanto que eu acho que o meu papel hoje é pacificar Quixadá, reunir as forças políticas de Quixadá, que as pessoas acabem com a mesquinhe”, destacou.
O prefeito comentou da dificuldade de organizar a administração, lembrando que do resultado da eleição até a posse, o gestor tem tempo de montar sua equipe. Lembrou anda que não poda deixar a máquina parar. “Uma coisa é você ser eleito em outubro e ter três meses para você fazer a transição e montar a sua equipe. Outra coisa é como aconteceu no dia 16, que ele foi afastado, eu assumi no dia 17. O desembargador afastou por seis meses, enquanto termina as investigações, e você de uma hora para outra, entra e vai saber como é a reação dos secretários, de alguns cargos de confiança e você, de uma hora para outra, com todos os problemas, a prefeitura não pode parar, os serviços não podem parar você não pode já entrar resolvendo tudo, porque de qualquer forma você tem que auditar os contratos para se você encontrar algum erro, porque qualquer passo que eu der errado, quem vai se prejudicar sou eu, eu o meu nome. Inclusive, quando cheguei troquei poucas pessoas, mas algumas pessoas me atrapalharam, alguns secretários. Fiquei recebendo boicotes de algumas pessoas, até que eu decidi, no final do mês, trocar todos” , disse.
Herley Nunes quis saber se João Paulo foi quem apresentou o empresário Ernani Teles, delator do esquema de corrupção na Prefeitura de Quixadá, a Ilário Marques. O petista havia propagado essa informação. O prefeito negou a história e citou que Teles foi apresentado ao gestor afastado por um amigo que Ilário e dono do aterro têm em comum. “Todo mundo sabe quem levou o Ernani, trouxe aqui em Quixadá foi o Chico do Jeová lá de Senador Pompeu. Inclusive quando o prefeito afastado deu essa entrevista, a Detinha, que é uma pessoa ligada ao Ilário, foi oito anos chefe de gabinete dele e outras pessoas que tem ligação com o Ilário ficaram impressionados como ele é capaz de inventar uma mentira dessa. Quando eu conheci o Ernani, conheci através do Ilário, já estava tudo feito. O Ilário nos levou, eu, os secretários e parte da população para o ato que acabou com o lixão, para a gente conhecer o aterro dele lá em Senador Pompeu. E é isso, a verdade é essa. Com quem você conversar no Centro Administrativo as pessoas sabem quem chegava lá com o empresário Ernani”, esclareceu.
Ao tratar sobre um assunto que vem sendo acompanhado pelo quixadaenses nos últimos meses, o concurso público anulado pelo petista, João Paulo declarou que a gestão afastada deixou o município em situação financeira difícil, o que rechaça a tese de que o Quixadá estava com as contas equilibradas. “Os professores que estão lá no concurso é outro salário um salário maior do que os que hoje ganham. Para se ter uma ideia se a Educação, eu como prefeito, não pagar nenhum fornecedor, não fizer nenhum pagamento só para concluir a folha daqui para o final do ano e o que tem que entrar do Fundeb, o Fundo Geral terá que colocar mais de dois milhões de reais só para cumprir a folha. Então o município está com a situação financeira muito difícil. Desde que entramos estamos fazendo auditoria e diminuindo a folha”, enfatizou.


