Em agosto, o prefeito Ilário Marques (PT) e os secretários Ana Patrícia Cristina Martins, chefe de gabinete, Francisco Kildary Lobo, secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, e José Humberto Torres, responsável pela Controladoria do Município foram afastados do cargo por 180 dias, após uma operação policial a pedido do Ministério Público, intitulada de “Fiel da balança”, que tinha como objetivo combater desvio de verba pública da prefeitura de Quixadá. Além dos afastamentos, o Tribunal de Justiça também autorizou a proibição de acesso aos prédios públicos municipais, a quebra dos sigilos bancários e fiscal dos investigados e o cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede da prefeitura e nas casas dos agentes públicos.
No entanto, nesta sexta-feira (23), muitos quixadaenses foram pegos de surpresa porque Ilário Marques conseguiu retornar ao cargo após uma decisão monocrática, ou seja, de apenas um desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará, no caso o desembargador Francisco Lincoln Araújo e Silva, que mesmo reconhecendo a gravidade das acusações investigadas pela PROCAP entendeu que o Ilário não prejudicaria as investigações e, por isso, assim decidiu: “Em que pese a gravidade das acusações contra o agravante, enquanto prefeito municipal, não há evidências, até o momento, de que sua manutenção no cargo prejudicaria as investigações que ainda estão em curso sob o comando do Ministério Público estadual.”
Cabe salientar que, a decisão monocrática do desembargador beneficia apenas o petista, pois os secretários permanecem afastados dos cargos e proibidos de entrar nos prédios públicos. No entanto, com a volta de Ilário o clima político em Quixadá ficou bastante tenso, tendo em vista que a maioria dos quixadaenses que defende o combate à corrupção não esperavam por essa decisão, principalmente porque o prefeito investigado por desvio de dinheiro público havia anulado um concurso sem nenhuma irregularidade com o propósito de fazer política com contratações temporárias, e o prefeito interino agora estava se empenhando em colocar ordem na gestão, já que os aprovados no certame já estavam sendo convocados.
Com o retorno do petista, não se desconhece o clima de incerteza e pânico que tomou conta dos quixadaenses. A razão da revolta de maioria da população se justifica porque além de ter prejudicado os concursados e ter negado o aumento dos profissionais do magistério de acordo com o piso nacional o prefeito investigado por corrupção fez a pior gestão da história do município. Para se ter um exemplo, o ranking estadual divulgado pelo SPAECE relativo ao desempenho de cada Município cearense com relação a educação pública no exercício 2017 deixou Quixadá no 179ª lugar, somando apenas 231,1 pontos no índice, à frente apenas dos cinco últimos municípios. Foi a primeira vez que a Terra dos Monólitos apareceu numa posição tão decepcionante justamente na área que deveria ser exemplo e não vergonha. Além disso, casos de assédio moral e perseguição aos servidores públicos marcaram o tempo de Ilário no poder, que inclusive foi o primeiro prefeito a iniciar uma gestão com dois tipos de salários para professores: efetivos recebendo um piso e os temporários recebendo a metade do valor.
Ademais, a gestão de petista ficou afamada por outros escândalos como a contratação sinistra de médico ganhando 50 mil por mês, mais que o dobro do salário do próprio chefe do executivo; a contratação de carro de luxo blindado por preço exorbitante para uso pessoal de Ilário; aumento do IPTU em mais 100%, e a ACMP, Associação Cearense do Ministério Público, veio a público em duas oportunidades para emitir nota contra o Ilário Marques, repudiando insinuações maliciosas feitas contra os promotores de justiça que o investigam. Vale ressaltar que o retorno em questão se deu antes mesmo do prazo de 180 dias estabelecido pela justiça, observando-se que a referida investigação que examina fatos gravíssimos ainda está em andamento e protegida pelo sigilo de justiça.
Na verdade, após a decisão monocrática, está será a primeira vez que Quixadá será governada por um prefeito já condenado pela Justiça Federal do Ceará por falsificação de documentos e investigado em processo criminal que tramita no Tribunal de Justiça e que apura graves denúncias de desvio de verba pública.
Na prática, as mãos que agora administram a prefeitura são as mesmas que colocaram a educação no vermelho, que já falsificaram documentos e continuam sob sérias suspeitas de desvios de dinheiro do povo.
Por: Herley Nunes
Email: monolitosquixada@gmail.com



Boa noite. Gostaria de pedir ajuda desse respeitado meio de comunicação para pedir informações porque o transporte escolar está em atraso desde outubro. A empresa km rental não da nenhuma informação, a prefeitura não se posiciona. Nós estamos prejudicados.
Cada povo tem seu politico que merece
Eu só digo uma coisa: Vai dar tudo certo!