O minguado reajuste de 4,84% concedido pelo prefeito de Quixadá aos professores representou uma derrota para a classe docente porque estes têm o direito a correção salarial no percentual de 12,84%, assegurado pelo Governo Federal. Por outro lado, o referido reajuste, que não corresponde nem a metade do valor estipulado pelo MEC, foi uma vitória para o sindicato dos servidores públicos de Quixadá, SINDSEP, que divulgou a notícia como se fosse um triunfo. Acreditem!
Enquanto a gestão e o SINDSEP comemoram o resultado da negociação salarial, nas redes sociais é grande a manifestação de professores, mas com sentimento de insatisfação e reprovação quanto ao acordo de 4,84%. Para tentar amenizar o vexame na gestão, o acordo compreende ainda a promessa de que o município parcelaria o restante em 4% para o mês de setembro e mais 4% somente no encerramento do ano, em dezembro, quando certamente já estará anunciado o reajuste de 2021.
O grande problema é que Ilario Marques (PT) e a gestão do SINDSEP já fizeram um acordo parecido com esse em 2018, quando o MEC fixou o reajuste do magistério em 6,81%, mas após uma combinação entre o SINDSEP e o prefeito foi concedido apenas 3% em maio na promessa de que no segundo semestre de 2018 a prefeitura pagaria mais 3,81%. No entanto, até a presente data esse acordo não foi cumprido e os professores foram literalmente enganados.
Por essa razão, os profissionais do magistério suspeitam, e com muita razão, que a situação de calote possa se repetir, justificando-se desse modo o descontentamento da classe. Pelo o que se nota, o atual governo trabalha para desconstruir a valorização dos professores conquistada nas gestões dos ex-prefeitos Rômulo e João, que concederam reajustes conforme os índices estabelecidos pelo MEC e até em índices superiores, ressaltando-se que nunca parcelaram qualquer reajuste.
Acredita-se que o prefeito não concedeu a atualização salarial prevista porque o SINDSEP não articulou um movimento grevista para que o direito ao reajuste fosse reconhecido. O que se comenta na cidade é que ocorreu o contrário: uma engenhosa manipulação para desarticular uma paralisação geral. Um dos motivos seria evitar mais desgaste da gestão que já se encontra no limite da ineficiência administrativa e outra razão seria o fato de o SINDSEP não desagradar o prefeito petista porque seus integrantes principais são militantes do PT, ficando claro, nesse caso, que os interesses do partido foram mais importantes do que os interesses da educação.
Senhor prefeito, e senhores dirigentes sindicalistas, é sério que vocês fizeram mesmo isso? É sério que vocês concordaram com apenas 4,84% de reajuste para os profissionais da educação e ainda prometeram parcelar outra parte para o final do ano, mesmo com o calote de 2018?
Por: Herley Nunes
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