A pandemia do novo coronavírus tem deixado as pessoas com medo de adquirir a COVID-19, doença que tem causou milhões de vítimas em todo o mundo. Em Quixadá, até ontem (14) foram confirmados 158 casos e até a manhã desta sexta-feira (15), cinco mortes causadas pela enfermidade.
As pessoas mais carentes, sem ter como pagar um plano, esperam, ainda mais neste período, serviços públicos de saúde eficientes e de qualidade, mas em o que os quixadaenses vivem, na prática, não é que está sendo propagado pela Prefeitura de Quixadá, que vem tentando mostrar organização no combate e tratamento dos pacientes infectados ou com suspeita de estar com a COVID-19.
A gestão municipal disponibilizou um “telesaúde coronavírus”, entretanto, durante a manhã dessa quinta-feira (14), uma mulher ligou para o programa “Alô Prefeito”, que é transmitido por uma rádio local, e disse a Ilário Marques (PT) que estava com oito dias que esperava pela coletagem do exame de sangue, em sua casa, pois estava em isolamento por suspeitar está com a COVID-19. Ela mora com o esposo e chorando pergunta ao alcaide: “No meu caso, uma velhinha e um velhinho vamos morrer no pé da serra esperando uma ajuda?”.
Desconcertado, o prefeito respondeu que “não” e, demonstrando querer ajudar a mulher, expôs, ao vivo, o nome da paciente. Antes, a mulher relatou que está no grupo de risco da doença por ser hipertensa e diabética, já havia contado toda a situação, informando, inclusive, que não havia conseguido atendimento médico na Unidade Básica de Saúde do bairro Campo Novo. “Hoje está com oito dias, uns três dias, que eu já estava doente, uma febre, uma tosse, sem sentir nem catinga, nem cheiro, ai como eu moro no pé da serra, o único transporte que gente tem é uma carroça, eu fui para o posto quando eu cheguei a doutora não veio atender a gente e eu vim me embora pra casa… O posto do Campo Novo, ela não tinha vindo esses dias de manhã, ela veio a tarde, mas eu não moro ai no Campo Novo, eu moro aqui no pé da serra”, disse.
Ela informou que passou uma manhã toda ligando para o “telesaúde coronavírus” e que foi atendida somente a tarde com a promessa de que iriam em sua casa realizar a coletagem do sangue para realização do exame que detecta o novo coronavírus. De acordo com a paciente, a atendente do serviço disse que “olha, quando for segunda-feira, eu venho colher seu sangue para fazer os exames. Mas, eu estou dizendo que hoje está com oito dias e essa pessoa nunca esteve na minha casa e disse mais, que eu não saísse para nenhum canto”, comentou.
Sem jeito, o prefeito disse que uma equipe iria visitar a paciente, mas não comentou sobre dia e horário da coletagem do sangue. “A senhora foi atendida, foi atendida bem. O que faltou foi a visita”, confirmou o alcaide sobre a delicada situação vivida pela mulher e o esposo, que de acordo com ela também já aparentava estar com o sintomas da doença.
Assista abaixo a participação da senhora chorando.