O isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus fez com que milhares de lojas, comércios e pequenas empresas paralisassem suas atividades físicas.
Para diminuir o impacto financeiro a venda via ligação e aplicativos, popularmente conhecida por delivery, foi a saída encontrada para manter empresas e consequentemente o emprego de muita gente em todo país.
Em Quixadá, através de um decreto que criou uma zona especial de combate ao coronavírus, o prefeito Ilário Marques (PT) proibiu o delivery, sendo o município o primeiro e único a tomar a medida no país, o que prejudicou ainda mais os comerciantes da cidade, que viram as vendas acabarem e passaram a sentir cada vez mais dificuldades para preservação dos empregos de pais e mães de famílias.
Após diversos comerciantes se manifestarem contra a proibição do delivery e de negociações com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a Prefeitura limitou o serviço de venda de aplicativos após às 15h, o que ainda deixou em dificuldades diversas empresas, como as que vendem almoço via ligação e aplicativo, por exemplo.
Vendo as empresas e os negócios de diversos amigos passarem por dificuldades, a comerciante Karter Saraiva, carinhosamente conhecida por Kartinha, publicou, na tarde desse domingo (17), um vídeo em seu perfil no Instagram fazendo um apelo ao alcaide.
Citando que o governos estaduais e municipais buscam dinheiro do Executivo Federal para ajudar no combate e no tratamento da COVID-19, a empresária lembrou que os recursos só são possíveis mantendo os empregos, o que, em Quixadá, acontece para quem adotou o delivery como saída para driblar a crise. “Para se ter dinheiro, é preciso ter trabalho. Trabalho também salva vidas e, por isso, hoje, eu venho aqui, pedir, em rede social, ao prefeito de Quixadá autorize, libere o delivery o dia inteiro. Muitos comerciantes precisam, também, salvar vidas. Por isso, deixo aqui o meu apoio a todos os comerciantes de Quixadá. O delivery não pode parar”, comentou em seu post.
Em contato com o Monólitos Post, Karter Saraiva lembrou que sua empresa, que é de representação bancária e de seguros, não foi afetada pelo decreto do Governo do Estado, mas ela se sentiu na obrigação de lutar pela classe. “Eu postei o vídeo porque vejo amigos comerciantes que estão sofrendo com esta medida. Eu fui colocada em um grupo de comerciantes e estou vendo o sofrimento de cada um para entregar via delivery. O prefeito quer que funcione apenas das 15h às 19h e isso não é viável para os comerciantes. Diante de vários amigos estarem fechando loja e muita gente perdendo emprego, isso me preocupou. Eu como cidadã tive a iniciativa e a coragem de fazer este vídeo para sensibilizar o prefeito”, disse.
A empresária comentou ainda que os comerciantes querem negociar o funcionamento do delivery até às 17h, pelo menos e vão pedir a liberação de drive thru, adotando medidas indicadas pelos órgãos de Saúde. “Os comerciantes pagam impostos, pagam funcionários, aluguel caro e eles são de acordo de atender pelo menos com delivery de 7h às 17h. Os comerciantes também precisam do drive thru, sendo possível atender muita gente do sertão, porque se for só o delivery não vai resolver 100%. Vai resolver apenas 80%. É necessário dizer que os comerciantes precisam adotar medidas seguras, como o uso de máscaras, álcool em gel. Se o cliente chegar sem máscara, no drive, não será atendido. Agora, o prefeito quer que o comerciante assine um termo de adesão do decreto, onde, se ele não cumprir, paga uma multa de cinquenta mil reais. Nenhum comerciante aguenta isso, porque a situação já está difícil”, finalizou.