Ficar sem trabalho é algo que nenhum trabalhador quer para sua vida profissional, sobretudo, em uma época de crise financeira, mas foi o que aconteceu com os professores prestadores de serviços da rede municipal de ensino de Quixadá, em plena pandemia do coronavírus.
Os professores foram pegos de surpresa com a antecipação do encerramento dos contratos que deveriam ter fim apenas em dezembro deste ano. O prefeito Ilário Marques (PT) usou a quarentena imposta pela pandemia do coronavírus para dar fim aos serviços prestados pelos educadores.
Sem ter como sustentar suas famílias, professores e professoras pediram a ajuda à Câmara Municipal. Eles enviaram documento, nesta quarta-feira (20), aos vereadores e disseram que “quem está na condição de Serviço Prestado (SP) também tem família, também tem contas a pagar, também adoece e, portanto, também precisam trabalhar”, dizem.
No documento, eles pedem que os parlamentares intervenham no que foi realizado pelo Executivo local. “Nós estamos pedindo “SOCORRO” aos homens e mulheres de bem dessa casa legislativa, para que intercedam junto ao chefe do Poder Executivo a fim de que ele venha a revogar o decreto de anulação de nossos contratos, para que possamos contribuir com o município prestando o serviço que sempre prestamos com qualidade e dedicação”, pedem.
Os professores citam, ainda, que a gestão municipal precisa deles para realização de aulas online, já que irão manter a mesma carga horária das que eram realizadas presencialmente. “A gestão municipal necessita de nossos serviços para conduzir as aulas online, pois quem está ministrando essas aulas, se quando elas ocorriam presencialmente, nós professores temporários éramos necessários? Por que agora nessa modalidade de aulas remotas não precisam de nós? Qual a matemática, se a carga horária continua a mesma e os componentes curriculares também continuam os mesmos?”, perguntam.
Ao final do documento, os profissionais do Magistério revelam que mesmo estando reivindicando a revogação dos fins de seus contratos, a Prefeitura de Quixadá paga a eles um valor bem inferior ao comparado com salário dos efetivos. “Enfatizamos que os professores prestadores de serviços têm um salário inferior ao dos professores efetivos, um direito nosso perdido desde 2016 e jamais recuperado. A propósito, somente a título de conhecimento: um professor serviço prestado recebe hoje R$ 920,00 (novecentos reais) por 100 horas de trabalho mensal, sendo que muitos saem do centro de Quixadá para os diversos distritos da zona rural, levando sol e chuva, gastando com transporte para chegar em seu destino laboral, correndo vários riscos, pois precisam buscar a sobrevivência executando as mesmas atividades que o professor efetivo”, lembraram.
Leia abaixo o documento onde os professores pede “socorro” aos parlamentares.