EDUCAÇÃO CAPENGANDO: De quem é a culpa, em Quixadá?

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Recentemente foi destaque nos principais meios de comunicação do Sertão Central a notícia de que o município de Quixadá teve o pior desempenho em matéria de educação entre todos os municípios da região, referente à avaliação de desempenho da educação pública do Estado do Ceará. O vexame deixou os integrantes da gestão, intitulada de “governo justo e inteligente”, sem chão e sem rumo. Enquanto alguns municípios comemoravam o prêmio de escolas nota dez, na Terra dos Monólitos o clima era de decepção com o péssimo resultado.

Mas de quem é a culpa? Quem é o responsável pelo fiasco da educação pública municipal deste município, segundo os dados divulgados pelo Governo do Estado? Claro que a culpa não é dos professores, considerando que os profissionais do magistério de Quixadá, em sua maioria, foram aprovados em concurso público e possuem experiência e qualificação profissional adequada para o bom desempenho em sala de aula. A prova disso é que existem professores que ensinam em Quixadá, mas que também lecionam em municípios vizinhos que conquistaram com mérito o prêmio escola nota dez.

Do mesmo modo, essa culpa também não pode ser atribuída aos alunos porque os estudantes não possuem qualquer interferência no modelo de administrar a cidade e, consequentemente, de gerir os destinos da educação. Logo, se o sistema de ensino municipal de Quixadá deu errado, o culpado tem nome, sobrenome e partido: Ilário Marques (PT). Isso porque nenhum outro político teve as mesmas chances que ele teve para tentar realizar bons projetos na educação. O petista teve 16 anos, isso mesmo, 16 anos para fazer, mas não fez.

A TEORIA

Sempre que o prefeito tenta se justificar sobre a sua péssima gestão e os prejuízos causados a população, a retórica é sempre a mesma: de forma surreal culpa os adversários políticos, os governos anteriores e ainda argumenta que ele próprio tem a solução para tudo. Além disso, tenta mostrar números e dados seletivos no intuito de camuflar a dura realidade que afeta a qualidade de vida dos quixadaenses, mas a verdade é que não consegue sair da teoria ou do discurso repetitivo. Em outras palavras, atribuir a culpa pelo atual desastre administrativo aos adversários seria afrontar a inteligência das pessoas, já que o petista é quem governa a cidade e já a governou por 16 anos.

A PRÁTICA

No campo prático a realidade é outra completamente diferente. Sobre educação, por exemplo, logo no início do mandato, em 2017, o prefeito já começou o ano letivo pagando aos professores temporários um salário desigual e com uma significativa redução, gerando, assim, insatisfação e desmotivação para o ensino. Isso, inclusive, foi a primeira vez que ocorreu no município e os mencionados professores trabalham com salários reduzidos até a presente data.

Já 2018 foi um ano considerado como sendo um dos mais difíceis para os professores da Terra dos Monólitos. A razão para as péssimas lembranças se baseiam no fato de que foi necessária a realização de uma greve geral para que o prefeito pudesse conceder o reajuste do magistério. Entretanto, apesar da paralisação e da insatisfação da classe, o prefeito reajustou o salário da categoria em apenas 3%, na promessa de que posteriormente pagaria o restante do reajuste que seria de 3.81%. Todavia, os educadores foram literalmente enganados porque até a presente data não viram a cor desse direito.

Em 2020 a dramática novela para pagar o reajuste do magistério se repetiu. Após muita pressão da classe docente, que usou as redes as sociais e grupos de whatsapp, para cobrar o aumento dos professores no valor mínimo de 12,84%, o prefeito, de maneira bizarra, resolveu em março dividir esse percentual em três prestações, ficando a última parcela para o mês de dezembro do corrente ano, contrariando a lei federal que determina a atualização salarial do magistério no mês de janeiro e não no tempo em que o prefeito achar melhor.

Depois disso tudo, em julho, mês das férias escolares, os professores foram mais uma vez surpreendidos porque o prefeito negou o pagamento do terço de férias. No entanto, após mais um grande movimento dos educadores nas redes sociais e de notícias divulgadas na imprensa local denunciando esse descaso, o prefeito resolveu voltar atrás e pagar o terço, porém mais uma vez comprovou ineficiência administrativa ao anunciar a divisão do terço de férias em duas parcelas.

O que se nota, durante todos esses anos de administração petista, é que nunca foi realizado um grande projeto visando elevar os índices educacionais. Ao que parece, a secretaria de educação nos governos do PT sempre foi utilizada, prioritariamente, como um meio para angariar votos e eleger agentes públicos dessa sigla partidária. Prova maior disso é que o atual prefeito nunca priorizou um grande concurso público para professores, mas, por outro lado, sempre privilegiou a contração de temporários, principalmente em véspera de eleição.

Além desses fatos, outros também marcaram negativamente a atual gestão na área da educação. Várias reclamações chegaram às emissoras de rádio dando conta de perseguições políticas e de complicações nos serviços de transporte e merenda escolar. A consequência de tudo isso não poderia ser outra senão a reprovação, ou seja, a gestão obteve o pior desempenho entre os municípios da região na avaliação divulgada recentemente pelo Governo do Estado do Ceará. Portanto, a culpa pela pior avaliação no sistema de ensino, da história de Quixadá, não é dos professores nem dos alunos e muito menos dos adversários políticos. Afinal, o representante da tragédia na educação tem nome, sobrenome, partido e 16 anos de teoria. Apenas teoria.


Por: Herley Nunes
Email: monolitosquixada@gmail.com




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