EXCLUSIVO: Justiça nega pedido de Ivan Construções para retirar tornozeleira e participar da campanha do PT de Quixadá

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O presidente da Câmara Municipal Ivan Construções (PT) chegou a ser preso preventivamente em 2019, em decorrência da “Operação Casa de Palha” que investiga desvio milionário de dinheiro público no Legislativo e na prefeitura de Quixadá, por meio de um esquema criminoso formado por empresas de fachadas, segundo o que indica a investigação. Entretanto, em virtude da pandemia de coronavírus o vereador foi beneficiado, por ser considerado do grupo de risco, com a substituição da prisão por aplicação de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar após às 18:00h.

No entanto, com a chegada do período de pré-campanha e de campanha eleitoral, Ivan – que sempre foi considerado peça chave nas eleições do PT de Quixadá – já protocolou dois pedidos objetivando a retirada do monitoramento eletrônico. O primeiro pedido foi negado pelo juiz titular da 3ª vara desta comarca. O segundo foi protocolado no Tribunal de Justiça do Ceará, que também negou a liminar para revogar a medida.

No pedido feito ao TJ/CE o presidente da Câmara afastado alega problemas de saúde e que as recomendações médicas recebidas seriam incompatíveis com o uso de tornozeleira eletrônica. Um fato curioso é que antes de ser preso circulavam nas redes sociais vídeos em que o presidente afastado era visto dançando forró com correligionárias. Outro fato é que no dia no qual o prefeito Ilário Marques (PT) conseguiu uma liminar para retornar ao cargo, após ser afastado pela operação fiel da balança que investiga crime de corrupção e lavagem de dinheiro, foi realizado um “carnaval” dentro e fora da prefeitura com militantes do PT, para comemorar o retorno do petista, e nesse ato Ivan foi gravado saltitando de alegria ao lado do prefeito, em perfeito estado de saúde.

Todavia, ao analisar o segundo pedido, a Desembargadora Marlúcia de Araújo Bezerra negou a liminar com esta decisão: “Isto posto, não havendo demonstrado, de plano, teratogenia jurídica ou flagrante ilegalidade a ensejar a concessão liminar da pretendida medida liberatória, nem os já mencionados requisitos autorizadores da concessão in limine litis, indefiro a liminar requerida”.

Após negar o segundo pedido para retirar a tornozeleira do parlamentar a desembargadora pediu informações ao juiz da 3ª vara de Quixadá sobre o caso. Nas informações, o juiz Adriano Ribeiro Furtado Barbosa afirmou que “Diante do vasto material apresentado em juízo, notadamente relatórios de interceptações telefônicas, este magistrado decretou a prisão preventiva do paciente, por entender presentes seus requisitos legais, sobretudo seu grau de periculosidade, já que, num determinado diálogo ao celular, sugeriu um HOMICÍDIO para encobrir ilícitos”.

Ivan Construções é companheiro de primeira hora de Ilário Marques. Juntos são conhecidos pela estreitíssima parceria politica ao longo dos últimos vinte anos. Tanto é verdade que as investigações da “Operação Casa de Palha” apontam que o parlamentar era quem comandava as licitações para fazer serviços e obras no município, sendo inclusive apoiado pelo atual prefeito para ser presidente da Câmara duas vezes. Contudo, presume-se que a corrupção e a lavagem de dinheiro os separaram, sob o monitoramento de uma tornozeleira.

Comenta-se na cidade que, envergonhado por causa da tornozeleira e por está proibido de sair de casa após às 18:00h, Ivan teria desistido de ser candidato a vereador pelo Partido dos Trabalhadores, mas lançou um membro da família em seu lugar e pela mesma sigla partidária. Tudo indica que o presidente da Câmara queria fazer campanha junto com Ilário Marques para continuar com a parceria de vários anos.

Leia abaixo a decisão completa que negou o pedido de Ivan Construções para retirar a tornozeleira eletrônica.




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