Quixadá: Professores preferem esquecer que a atual gestão existiu pois não há o que comemorar

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Dia 15 de outubro é data na qual se comemora o dia do professor. É inegável que essa data tem grande relevância para sociedade, considerando, sobretudo, a nobre missão que é educar e contribuir significativamente para a transformação de uma sociedade. No município de Quixadá, porém, não há motivos para comemorar este dia quando o assunto é o respeito e a valorização dos profissionais por parte da atual gestão.

É certo que restam apenas pouco mais de dois meses para o fim deste governo, no entanto a maioria dos professores pertencentes à rede municipal de ensino prefere mesmo é esquecer que a atual gestão existiu. Sem muito analisar, facilmente se percebe que estamos diante da pior administração em matéria de educação e, por causa disso, a maioria torce para que termine logo esse grande pesadelo.

Em 2017, o ano letivo foi marcado pela desorganização generalizada no setor quando às aulas começaram atrasadas, prejudicando consideravelmente o calendário escolar, e sem a eficiente prestação do serviço de transporte que deveria levar os alunos às escolas. Para completar, neste mesmo ano, o prefeito Ilário Marques (PT) resolveu anular o concurso público realizado pelo ex-prefeito João Hudson, prejudicando centenas de professores que somente conseguiram o direito de convocação mais tarde, após uma ação judicial movimentada pelo representante do Ministério Público e após a homologação do concurso pelo prefeito interino João Paulo, graças ao afastamento temporário do petista, na operação fiel da balança, sob a grave suspeita de corrupção.

Em 2018, os professores decidiram paralisar as aulas do município. Foi a primeira greve realizada após os últimos oitos anos. A motivação do movimento grevista se deu porque o prefeito petista negava conceder o reajuste do magistério no referido período. A revisão salarial deveria ser de 6.81%. Porém, com o fechamento das escolas, o prefeito voltou atrás e resolveu conceder apenas 3% de reajuste e disse que posteriormente autorizaria a atualização restante que seria de 3.81%. Contudo, para tristeza e decepção dos professores, Ilário Marques deu o chamado “cano” na educação, pois até hoje deve esse percentual de 3.81% bem como a atualização retroativa desse período.

Em 2019, já no terceiro ano da gestão, inúmeras denúncias chegaram à imprensa local noticiando o estado de abandono das escolas municipais, como falta de reforma e de zelo pelo ambiente escolar. Uma das denúncias dava conta de que a principal escola conhecida por Ginásio Municipal foi flagrada com várias escoras de madeira segurando uma coluna de sustentação para evitar o desmoronamento de parte da estrutura, colocando em risco a vida das nossas crianças. Tudo isso, vale destacar, exposto no terceiro ano da gestão.

Em 2020, a educação não parou de ser desvalorizada e hostilizada pelo atual gestor. O ano iniciou com a aflição dos professores que viam todos os municípios reajustarem o piso do magistério conforme a recomendação do MEC, estipulada em 12,84%, enquanto Quixadá silenciava sobre os direitos dos educadores. Alguns municípios, como foi o caso de Ibaretama, reajustaram o piso em percentuais acima dos números aprovados pelo MEC. Por conta disso, muitos professores usaram as redes sociais para protestar e falavam também em outra greve. Temendo uma nova paralisação, o prefeito voltou atrás e resolveu conceder o reajuste apenas em março, mas ainda prejudicou os docentes porque, de forma inusitada, parcelou a atualização de 12,84% em três vezes, sendo a última parcela somente para dezembro.

Ainda em 2020, o prefeito decidiu também não pagar o terço adicional de férias, que normalmente é pago junto com a folha de pagamento do mês de junho. Insatisfeitos com mais esse ato de má gestão e de descaso com a educação, os professores iniciaram outro grande protesto nas redes sociais até que o caso foi parar no Ministério Público da 4ª promotoria desta comarca, que instaurou um inquérito civil para apurar a denúncia, quando, então, o prefeito voltou atrás e resolveu pagar, mas de maneira parcelada como fez com o reajuste desse mesmo ano. Para agravar, o Governo do Estado divulgou o resultado da avaliação das escolas cearenses, sendo que Quixadá apresentou os piores índices educacionais e, por essa razão, não teve nenhuma escola nota dez.

Os professores temporários também sofreram as consequências da pior gestão. Isso porque em 2017 o petista deu início ao seu governo reduzindo arbitrariamente o salário desses profissionais e desrespeitando a igualdade entre aqueles que exercem a mesma profissão e possuem a mesma qualificação profissional. De fato, foi a primeira vez que um prefeito reduziu salários do magistério ao assumir a prefeitura neste município. Nem mesmo os professores contratados para prestar serviços na APAPEQ foram poupados, pois todos foram atingidos com o corte de salários e a consequente desmotivação.

prePor conseguintes, fatos como perseguição, redução de salários, anulação de concurso, greve de professores, reajuste parcelado, terço parcelado, dívida do reajuste de 2018, dívida dos reajustes retroativos, escolas abandonadas, enganação e índices vergonhosos ficarão para sempre na memória dos quixadaenses e, principalmente, na lembrança dos educadores, que, certamente, lutam por dias melhores.




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