Pacientes que fazem o tratamento de hemodiálise no município de Quixadá poderão ser prejudicados após ser descoberto que a gestão do ex-prefeito não realizou o repasse de recursos para o custeio nos serviços do tratamento realizado pela clínica conveniada com a prefeitura. O débito em aberto é de mais de R$ 300 mil.
A hemodiálise pode ser considerada uma grande evolução no tratamento de doenças renais. O procedimento substitui a função dos rins de quem tem doença renal crônica avançada. Se o rim não funciona corretamente, o organismo acumula resíduos que fazem mal à saúde e retêm substâncias que, em excesso, são prejudiciais, como o sal e o açúcar. Por isso é preciso que de uma maneira alternativa essas toxinas sejam retiradas do nosso organismo e o sangue seja limpo e filtrado.
O fato foi verificado através do levantamento contábil que ainda é realizado pela Secretaria de Finanças, para apontar débitos e restos a pagar deixados pela gestão anterior. Ao todo o Centro de Doenças Renais e Hipertensão Arterial teria deixado de receber em dezembro o valor de R$ 308. 339,12 que teria direito, a partir dos serviços de hemodiálise oferecidos a pacientes por meio de convênio com a Prefeitura de Quixadá.
De acordo com o apurado pelo Monólitos Post, uma possível manobra teria sido realizada: o valor entrou na conta da prefeitura do Fundo Nacional de Saúde no dia 16 de dezembro de 2020 para que, de lá, fosse repassado para a clínica e quitar o pagamento dos serviços prestados em dezembro.
Os dirigentes da clínica teriam procurado a Secretaria de Finanças para buscar explicações e descobriram um fato curioso: técnicos da pasta comprovaram por meio de extratos das movimentações financeiras que o dinheiro, apesar de estar pronto para ser repassado para a conta da empresa de hemodiálise no dia 16 de dezembro, foi transferido para outra conta.
Na Secretaria de Finanças não foi encontrado nem empenho e nem liquidação nos relatórios contábeis indicando que aquele recurso foi utilizado para quitar os serviços do Centro de Doenças Renais e Hipertensão Arterial.
De acordo com um levantamento da Secretaria de Saúde de Quixadá, 34 pacientes necessitam do tratamento de hemodiálise no município, e realizam o procedimento nesta clínica, através de um convênio com a prefeitura. O débito não quitado pela gestão anterior compromete a continuidade da oferta e poderá trazer consequências aos pacientes: se o fornecedor decidir, pode suspender a prestação de serviço.
Os débitos deverão ser pagos pela atual gestão do prefeito Ricardo Silveira. O gestor estaria mobilizando sua equipe econômica para entrar em entendimento com a clinica de hemodiálise e negociar o valor pendente, para que a oferta de hemodiálise não seja interrompida no município.