Uma ação interestadual desenvolvida pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) resultou na prisão, neste domingo (8), do homem suspeito de clonar o aparelho celular do governador Camilo Santana, no último dia 2 de agosto.
De acordo com a polícia, as investigações apontam que o suspeito tentou, utilizando dados do chefe do executivo cearense, a liberação de chaves de segurança bancárias, para realizar transferência de valores de uma conta de uma prefeitura do interior do Pará, porém o suspeito não teve êxito no golpe.
A operação para prisão do suspeito ocorreu, simultaneamente, em três estados da federação. Do Ceará, parte da equipe envolvida acompanhava a movimentação do suspeito. Já outra parte da equipe foi deslocada para o estado de São Paulo, onde o alvo se encontrava. Já no Maranhão, onde o homem desembarcou e acabou preso. Do aeroporto, os policiais civis seguiram até a casa do suspeito, onde apreenderam vasto material eletrônico, como aparelhos celulares, notebooks, drone, maquinetas para cartões magnéticos, além de três veículos, um Land Rover Discovery, um Fiat Cronos e um UTV – veículo utilitário multitarefas.
Leonel Silva Pires Júnior, de 33 anos, que já possui diversos antecedentes criminais, foi preso em 2018 durante uma operação da Polícia Federal em São Luís, no Maranhão. Ele foi capturado no estacionamento do Aeroporto Internacional Mariscal Cunha Machado, na cidade de São Luís.
Leonel, que é considerado um especialista em furtar dinheiro público por meio de tecnologia cibernética, foi preso por força de mandado de prisão preventiva solicitado pela Polícia Civil e deverá responder pelos crimes de invasão de dispositivo telefônico além de estelionato consumado e tentado. O levantamento de dados obtido durante a investigação da polícia cearense será compartilhado com as polícias de outros estados que tiveram autoridades vítimas do mesmo homem.
O crime
As investigações demonstram que o suspeito conseguia acessar os dados telefônicos das vítimas, utilizando uma técnica conhecida como “SIM Swap”, que consiste em transferir a linha do chip da vítima para um chip em branco. A partir disso, ele consegue resgatar informações pessoais, além de acesso a aplicativos, conforme as apurações policiais.
Com base nas informações obtidas pelos investigadores, o suspeito fez contato com uma instituição financeira e tentou a liberação de uma chave de segurança bancária. O objetivo para conseguir essa chave de segurança seria a liberação de um valor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que está provisionado em uma conta de uma cidade do interior do Pará.
Ainda conforme as investigações, outras autoridades foram vítimas do mesmo homem. São prefeitos, governadores e um ministro do governo federal. Os fatos seguem em apuração.