Algumas pessoas mentem e em geral a mentira é sempre um erro, mas existem diversas finalidades. Há quem conte mentiras para não ser desagradável e não contrariar o outro. Mas há quem conte mentiras para levar vantagem própria, um ato capaz de provocar indignação como resposta. Na Câmara de Quixadá o vereador Wellington Xavier, o Ci, tem se destacado por ser alvo de uma série de comentários equivocados durante seu mandato, muitos deles responsáveis por provocar desordem e tumultuar a população.
O mais recente foi dito durante participação em uma rádio onde comentou que a comunicação da Prefeitura teria gastado mais de R$ 1 milhão. “Quase um milhão, um milhão e um quebrado, de publicidade”, disse Ci. A fala de Ci despertou a atenção de colegas parlamentares durante a sessão desta quarta-feira (1º).
Luiz Neto, líder da base do governo, chegou a desafiar o colega para que ele provasse o que disse. “Eu estou desafiando Vossa Excelência provar esses gastos que o senhor falou. Eu sei que isso não é verdade, não sei porquê falou isso. Mas eu quero que o senhor mostre aqui na Câmara“, comentou Luiz.
O vereador Babá reforçou o desafio e chegou a dizer que doaria seis meses de seu salário caso Ci provasse a afirmação. “Vereador, se o que o senhor falou na rádio for verdade, eu faço a boa ação de doar seis meses do meu salário para a população. Caso o senhor esteja mentindo, o senhor doa seis meses do seu salário. Se topar o desafio, está feito.”
Não é a primeira vez que Wellington Xavier contraria o discurso proferido na posse, de “trabalhar pelo progresso do município e o bem-estar de seu povo”. Em abril deste ano ele chegou a espalhar em grupos de whatsapp uma lista falsa afirmando que Quixadá não tinha cumprido a meta semanal de vacinação contra Covid-19, e por isso deixaria de receber um novo lote de imunizantes. Era mentira: naquele dia Quixadá recebeu o carregamento previsto. A Secretaria de Saúde do Estado publicou uma lista verdadeira e Ci foi desmentido.
Dois meses depois, quando o município de Quixadá suspendeu o atendimento de crianças de zero a seis anos na UPA e retomou o atendimento de urgência e emergência na maternidade, o vereador provocou revolta em pais e mães ao espalhar uma informação falsa, dizendo que as crianças só seriam atendidas caso os responsáveis apresentassem um encaminhamento médico. “Os atendimentos de urgência e emergência, como o nome já diz, devem ser realizados de imediato, sem que um médico precise de um encaminhamento”, dizia a matéria na época.
O mesmo vereador que demonstra desconhecimento na logística de atendimento em casos de urgência e emergência, foi o mesmo que afirmou, também durante uma sessão da Câmara, ter estudado o coronavírus dois anos antes de seu surgimento. “Nós passamos dois anos, dentro de um hotel lá em Fortaleza, entrando na sexta, saindo no domingo à noite, pela Fundação Dom Cabral, nos treinando e nos preparando para este vírus”. Curioso é que o vírus surpreendeu até mesmo cientistas de órgãos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Prova disso, é que a própria vacina nem sequer existia quando estourou a pandemia.
Na era das fake news a sociedade passou a exigir que a população de maneira geral tenha mais responsabilidade no compartilhamento de informações. Essa cobrança tem sido ainda maior com autoridades políticas, que ficam marcadas pelas inverdades que proferem, correndo o risco de comprometer seus mandatos através de procedimentos no Conselho de Ética ou ainda sendo alvos da população para que não sejam reeleitos.
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