2014 não parece um bom ano para o PT no cenário nacional

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Diversos componentes indicam que o PT terá uma batalha árdua em 2014. Primeiro, os concorrentes de Dilma podem ganhar muita força ainda, e eles contam com bons apoiadores. Aécio, por exemplo, goza de empatia com a população do sul e sudeste do Brasil, apesar de ser o alvo mais fácil para o PT combater. Eduardo Campos conta com a ajuda de Marina Silva; ele é nordestino e, dependendo da abordagem de seu discurso, poderá captar um número considerável de votos na região.

Lula já antecipou sua defesa à Dilma para garantir que ela não comece a campanha com o pé esquerdo. Mas a verdade é que ele também já passou bastante tempo um tanto quanto afastado do cenário político, atuando mais nos bastidores, longe dos olhos do grande público, e talvez nem a sua presença consiga minimizar alguns dos golpes dos adversários.

Campos e Aécio estão costurando uma aliança há pouco mais de um ano. Publicamente se posicionam como aliados ao posarem para fotos juntos e se declaram contrários ao governo petista ao fazerem críticas contundentes.

É quase certo que quem cair fora do segundo turno apoiará o que ficou e, provavelmente, levará um bom pedaço da fatia de eleitores que anularam seus votos ou decidiram não ir às urnas. Na campanha presidencial anterior, o número expressivo de votos brancos e nulos foram um claro indicativo de que Serra e Dilma não caíram de forma avassaladora no gosto de muitos.

O PMDB também é um problema de tamanho monumental. É um ótimo aliado, mas pode ser um adversário ainda melhor. Nos últimos anos tem recebido apenas sobras do governo petista. O PMDB age muitas vezes como mercenário, exigindo mais e mais, porém, nunca sossegando a ânsia pelo poder. Você pode pensar que o partido tem vários ministérios, mas a verdade é que ele tem apenas ministros, pois a maioria dos cargos dentro destes ministérios é reservado ao PT.

Vários líderes peemedebistas se mostram favoráveis à dissolução da parceria e ruídos para uma candidatura majoritária em 2018 se escutam há algum tempo nas sombras e corredores dos quarteis do poder. Não seria uma surpresa se surgisse uma aliança PSDB e PMDB já para este ano, o que bagunçaria ainda mais o quadro, colocando Aécio como favorito.

Para Dilma, Aécio é o melhor adversário, é com ele que ela possui mais chances de vitória. Campos pode ser um problema, pois não tem a mesma rejeição que o tucano.

Se o PT conseguir segurar sua militância apaixonada, reduzirão os ataques para tentar levar Aécio ao segundo turno. Caso contrário ele pode perder relevância e facilitar a ida de Campos.

Em 2009, Dilma levou a presidência com 56% dos votos válidos, contra 44% de José Serra. Para quem não entende muito do jogo político, a diferença pode ter parecido grande, 12%, porém, em se tratando de votos válidos, se o tucano tivesse crescido 6%, a petista teria encolhido 6%, o que empataria a eleição.

Cabe também lembrar que José Serra não teve uma votação expressiva em seu estado, obtendo apenas 54% dos votos e levou a pior em Minas Gerais, estado de Aécio Neves, ficando com apenas 41,5%.

Via de regra, quem faz a campanha para o candidato a presidente é o palanque do candidato ao governo do estado. E no pleito anterior Serra não contava com a boa vontade nem de Alckmin, em São Paulo, nem de Aécio, em Minas, grandes colégios eleitorais. As divisões internas da oposição cobraram o preço na derrota das urnas. Essa divisão, atualmente, é bem mais amena. Com candidaturas anunciadas estrategicamente bem cedo, a oposição está mais organizada do que nunca para desferir o mais duro golpe contra o PT, partido que assume erroneamente um discurso mais defensivo, em vez de partir para o ataque com proposições capazes de encerrar a balbúrdia de seus inimigos políticos, entendimento corroborado pelo próprio Lula em coletiva concedida a blogueiros no último dia 8 de abril.

Em qualquer um dos cenários que se possa imaginar para 2014, Dilma não terá moleza e, dessa vez, as circunstâncias não caminharão para lhe favorecer, caso o discurso quase rendido do PT nacional não mude. Ou a sigla abraça a proposição de ideias e a defesa de seu legado, ou os números favoráveis à Dilma nas pesquisas eleitorais continuarão a cair. Simples assim.

Protestos durante a Copa do Mundo também podem cobrar seu preço. O fervor de julho de 2013 poderia, se ampliado ainda mais em 2014, sepultar as pretensões da estrela vermelha, dado que o raciocínio das massas, inflamadas pelo discurso bem treinado da oposição, poderia ser levado a se desenrolar em torno de uma cobrança nas urnas, prejudicando, em especial, Dilma Roussef.

Contudo, são apenas ponderações. Muito ainda poderá acontecer. Resta-nos esperar. O cenário nacional é sempre complexo demais, cheio de surpresas e reviravoltas que desafiam a capacidade de adaptação das siglas. Até que ponto PT, PSDB e PSB serão capazes de atrair para si a simpatia do povo, resta esperar as urnas para uma conclusão definitiva. Até lá tudo não passará de pura e simples especulação.

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