A direção nacional do Pros resolveu mostrar aos filiados no Ceará quem é que manda de fato no pedaço. Cansou de ver o governador Cid Gomes articular com a presidente Dilma Rousseff à revelia de seu comando.
A desenvoltura do cearense constrangia a legenda à medida que dispensava a participação de seus correligionários.
CID DESAUTORIZADO
Com a proximidade das eleições de outubro, a executiva do Pros viu a oportunidade de colocar as coisas em seus devidos lugares e decidiu cobrar a fatura política pelo aluguel (a parte financeira foi quitada, garante um cacique do PMDB), e agora exige do governo federal a substituição do ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, referendado por Cid Gomes.
O recado é claro: quem fala pelo Pros é o seu presidente, Eurípedes Júnior, estando o governador desautorizado para a tarefa.
INTERVENÇÃO BRANCA
O imbróglio pode interferir nas eleições. Caso o ministro não seja substituído, o Pros ameaça deixar a base em Brasília para apoiar o presidenciável Eduardo Campos, do PSB. A ironia é que Cid, Ciro e cia. saíram do PSB no ano passado, justamente para não apoiar Campos.
Para mostrar que não está para brincadeira, o comando nacional do Pros assumiu o controle dos registros de filiados e candidatos no Ceará, onde a sigla funciona com uma comissão provisória. É o que chamam, nos bastidores, de intervenção branca, pois a homologação de filiações e de candidaturas deverão ser submetidas aos chefes do Pros. Dessa forma, se a legenda realmente se coligasse nacionalmente com o PSB, poderia abrir mão de candidatura própria no Ceará. Olha só que sinuca de bico.
Dificuldade crônica
É provável que nenhuma das partes leve tudo às últimas consequências, pois todos têm, até agora, mais a perder do que a ganhar. No entanto, no que diz respeito ao Ceará, é inegável que o clima na base de apoio ao governo estadual fica mais instável ainda, bem no momento que a aliança ruma para um racha.
O episódio evidencia, mais uma vez, a dificuldade crônica dos Ferreira Gomes em conviver em harmonia com as lideranças dos partidos por onde passam. Foi assim no PSDB, no PPS e no PSB. No Pros não foi diferente. Onde está o problema? Talvez seja o caso de uma boa autocrítica.
Aluga-se
O Pros é mais uma dessas siglas criadas de uma hora para outra, de olho no milionário fundo partidário, financiado com dinheiro público, e no “tráfico de minutos de propaganda eleitoral” (expressão de Ciro Gomes). Por essas e outras temos no Brasil nada menos que 31 partidos políticos.
Legendas sem substância programática ou ideológica podem servir de abrigo a políticos carentes de estrutura partidária. Mas se engana quem pensa que são casas abandonadas, sem dono. É aquela história: os inquilinos têm que prestar contas aos locatários.
*A opinião é de Wanderley Filho, Historiador e colunista de política da Tribuna Band News FM 101.7



Esse atual modelo de Estado em que se faz política de forma totalmente equivocada, pode até se comparar com o início da colonização do Brasil, pois temos muitos caciques, muitos coronéis do sertão, muitas pessoas que foram para o mundo político somente para garantir a manutenção do domínio de algumas famílias no poder e para manter a maior parte da população dominada, escravizada de uma certa forma. Temos que ver que mesmo com a constituição de 1988, não existe democracia mesmo neste País. Não existe na realidade verdadeiro Partidos Políticos com verdadeiras ideologia política em favor do povo brasileiro, existe sim grandes grupos políticos que são dominados pelas elites, por banqueiros, grandes empresários, vivemos sim uma tragédia, uma epidemia de falsos políticos, e só existe alguma liberdade porque sabem que o povo poderá com a união dos bons políticos fazer uma verdadeira revolução social, a ponto de acabar com esse atual modelo de política no Brasil, que consome muitas verbas e trava o progresso da sociedade. Essa atual política não tem condição de acabar com a violência, de trazer a igualdade social….