A atual administração, sob o comando do Prefeito João Hudson, tem levado a cidade de Quixadá a experimentar circunstâncias aflitivas nunca antes percebidas. Por outro lado, nunca o município dispôs de tantos recursos financeiros para dar conta de suas carências. A cada mês, milhões e milhões de reais são injetados no orçamento do município, oriundos de diversas fontes. A qualidade dos serviços básicos, porém, não tem acompanhado a velocidade do aumento na captação de recursos.
A falta de gesso no hospital, de papel para receita nos postos de saúde, o corte no fornecimento de energia em diversos prédios públicos e os atrasos salariais dos servidores são apenas sombras do mal maior que o descaso político-administrativo tem infligido à Terra dos Monólitos: a ausência de projetos que nos estruturem para o futuro, o que nos impede de aproveitar com a máxima capacidade o aumento do poder econômico em curso entre os brasileiros. De modo algum é exagero dizer que, se continuar neste ritmo, Quixadá atingirá dentro de pouco tempo a categoria de “quintal de Quixeramobim”.
Nossa classe política, profundamente dividida por interesses partidários e particulares, caminha na contramão das soluções. As articulações que visam tão somente a perpetuação no poder ou a tomada dele acontecem não à moda antiga, nos bastidores, mas são expostas aos quatro ventos. Também não é exagero dizer que em Quixadá todo mundo sabe quem é quem e quem quer o que. O conhecimento disto, no entanto, parece não servir de nada. E porque não serve? Um ditado popular explica: “Quem ama cuida.” E é isto o que nos falta: amor por nosso lar comum.
E é neste ponto que eu quero fazer a pergunta que dá título a este texto: ONDE ESTÁ A CLASSE ESTUDANTIL DE QUIXADÁ?
A classe estudantil brasileira já provou a sua força em diversos períodos. Foi assim quando combateu a repulsiva ditadura militar e foi assim quando participou do nascimento dos caras-pintadas, tomando as rédeas do “Fora Collor”, em 1992. Reuniões nos pátios de diversas escolas e universidades também foram determinantes para garantir o poder mobilizador das manifestações de 2013. “Verás que um filho teu não foge à luta”, promete o Hino Nacional. Mas nem sempre é assim.
Quixadá, por exemplo, sufoca, perde-se no tempo, não se movimenta na direção do progresso e se torna a cada dia mais incapaz de amparar seus cidadãos. E onde está a classe estudantil de Quixadá? É só silêncio. Líderes estudantis? Existem? Se existem, não se mobilizam e não mobilizam ninguém. Diante do que se tem visto, a inércia da classe estudantil quixadaense chega a ser respirável, de tão abundante que ela é. Se nossas escolas e universidades não são capazes de inspirar cidadania, para que servem?
É verdade que há uma série de fatores que influenciam nossa realidade atual e que estão além do nosso controle local. Mas e quanto àquilo que podemos fazer? E o que, de fato, a classe estudantil pode fazer? Aquilo que de melhor ela faz: barulho, muito barulho! Barulho que se transforma em espada afiada para a luta na reivindicação dos próprios direitos. Em pequena medida, isto aconteceu recentemente.
Um aluno da FECLESC publicou no Facebook que havia sido expulso da cantina daquela instituição simplesmente por ter consumido produto não comprado naquele local. Este site repercutiu o episódio. Qual foi o resultado? Barulho, muito barulho. A matéria rapidamente assumiu o topo na contagem de acessos oferecida pelo Google Analytics. Um protesto foi articulado entre os universitários para exigir que o assunto fosse devidamente apurado e que providências fossem adotadas. Não aceitaram que uma coxinha comprada em outro local não pudesse não ser consumida na cantina da universidade.
Parabéns para todos os que lotaram os corredores da universidade, alguns aos gritos, beirando ao confronto mais ousado, para defender o direito de consumir uma coxinha na cantina, independente de onde ela venha. E agora algumas perguntas: com todo respeito, vocês estão cegos? Não amam esta cidade? Não se importam com ela? Não se sentem responsáveis com a comunidade? Ou será que a universidade, com todo o seu cabedal de conhecimentos para serem transmitidos, simplesmente não é capaz de inspirá-los à luta? Como entender isto?
Quando o direito de consumir uma coxinha em determinado local mobiliza mais do que a constatação do absoluto colapso administrativo experimentado em nossa cidade é porque algo está errado.
A coisa é tão séria que, ao terminar de ler este texto, muitos destes estudantes não sentirão absolutamente nada. Assim como a classe política, bastar-lhes-ão por muito tempo ainda apenas os próprios interesses. É lamentável! Quixadá suplica pela ação transformadora de vocês.
Os estudantes certamente não são os culpados pelo atraso no qual Quixadá foi amarrado. Porém, poderão ter as consciências limpas no futuro quando olharem para trás e se depararem com um passado marcado pela inércia? Difícil dizer. Muito vai depender do tipo de pessoas que se tornarem. Pensar no bem estar comum é coisa de gente que tem coração. Por incrível que pareça, não é o caso de todos.



Observador, por causa de interpretações distorcidas das coisas como a sua, que o mundo sempre tem guerra, conflitos e tragédias humana. Não seja tão irresponsável, pois esta incriminando várias pessoas de bem.
A TURMA SÓ QUER SABER DE “FAZER A CABEÇA” MERMÃO. É ISSO AÌ BRO. “VOU APERTAR MAS NÃO VOU ACENDER AGORA”. SACOU? MANEIRO MANO.
Infelizmente, a educação no Brasil não prepara completamente as pessoas. Existe mesmo é um ensino condicionado e pouco é feito para o ensino dos valores morais que deveria ser o ensino primordial. O ensino tem que ser de forma integral, manhã e tarde, com mais práticas de esportes, mais ensino e condicionamento dos alunos a saberem enfrentar, quando estiverem perto de se tornarem adultos, as dificuldades que virão ocorrer durante a vida, tendo em vista que o CAPITALISMO IMPOSTO, trará muitas dificuldades. No tocante a atual condição de preparo da maioria dos gestores de Quixadá, vê-se o total despreparo, não têm nenhum projeto educativo mesmo, ainda usam as praças para realização de festas, que não deveria ser mais feito, pois as praças públicas são para coisas específicas para lazer e educação e não para festas que hoje atraem pessoas violentas…
Excelente texto, porém sem nenhum efeito.
Belo texto!!!