A irmã do músico quixadaense Guaracy Freitas, que faleceu recentemente em decorrência de problemas cardíacos, fez um desabafo acerca da crise nos serviços públicos de saúde no município de Quixadá.
Em publicação postada em uma rede social, Kátia Freitas perguntou: “Será que a falta do carro para transferir Guaracy foi a desculpa que a “morte” usou para dizer que havia chegado a “HORA DELE”?” A pergunta certamente merece profunda reflexão, pois o objetivo da prestação dos serviços públicos, especialmente daqueles vinculados a área da saúde, não deve ser a manutenção de uma parceria com a morte, mas com a defesa da vida dos cidadãos.
LEIA O DESABAFO NA ÍNTEGRA:
“Nos últimos tempos tenho visto nas redes sociais, nas ruas, nas rádios enfim, muitas críticas à administração municipal, principalmente no que se refere ao atendimento médico-hospitalar. Sempre me eximo de tecer qualquer comentário. Eu sou assim.
“Passados dez dias do falecimento do meu irmão Guaracy Freitas, senti necessidade de fazer algumas reflexões acerca desse assunto.
“Guaracy foi levado de casa pelo SAMU para a Unidade de Pronto Atendimento – UPA com uma crise coronariana aguda. Quando cheguei ao local, ouvia do portão de entrada o lamento do meu irmão dizendo que “não aguentava mais”.
“O procedimento utilizado era de um simples balão de oxigênio que tinha o formato de uma máscara de aerosol. Dois médicos, “coitados”, acompanhados por uma quantidade razoável de enfermeiras, sem ter muito o que fazer porque não tinham o recurso necessário para um caso daqueles.
“Ficamos eu, minha cunhada, minha sobrinha, meu irmão e um grande amigo, feito “baratas tontas” tentando agilizar a transferência dele para Fortaleza, uma vez que ele tinha plano de saúde pela empresa que trabalhava. Mas não tinha o carro adequado para levá-lo. Segundo informações de lá de dentro mesmo, o carro mais próximo teria que vir do município de Russas.
“Guara ficou agonizando das 16h às 18:30h, quando se deu seu falecimento. E a transferência não aconteceu.
“Fico me perguntando: será que a falta do carro foi a desculpa que a “morte” usou para dizer que havia chegado a “HORA DELE”?
“Bom, se era chegada a hora dele não interessa. O município tem a responsabilidade de manter um carro de plantão para atender o HOMEM, O CIDADÃO, que chega numa situação de emergência que não pode ser resolvida aqui em Quixadá.
“E até quando vamos ter que conviver com essas situações e com as dores das famílias que perdem seu entes mais queridos?”
KÁTIA MARA PINTO FREITAS



Um amigo trouxe de volta esse assunto na sua rede social. Estava relendo essa postagem e os comentários que fizeram. Em parte alguma do meu texto, questiono a atuação dos médicos. E se o paciente, no caso o meu irmão, não foi mais cedo procurar atendimento médico também não vem ao caso. Me referi somente ao fato de não ter como transferi-lo para um hospital com UTI.
A PREFEITURA MUNICIPAL ATRAVÉS DA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO – UPA – PRESTOU TODOS OS MEIOS DE ASSISTÊNCIA PARA TENTAR SALVAR A VIDA DO PACIENTE, PORÉM COMO FOI DITO PELA EQUIPE MÉDICA, O PACIENTE COMEÇOU COM DOR NA ÁREA DO CORAÇÃO PASSANDO PARA O BRAÇO DESDE AS 6 HORAS DA MANHÃ, RESISTIU ATÉ QUASE 19H PARA PROCURAR UM SERVIÇO, CHEGOU NA UPA COM O CORAÇÃO JÁ BASTANTE DANIFICADO SEGUNDO O DR. DIEGO ALMEIDA QUE FOI O MÉDICO ASSISTENTE E A ENFERMEIRA DE PLANTÃO DRA. MARILAC FORAM PRESTADOS TODO A ASSISTÊNCIA DEVIDA COMO CARDIOVERSÃO, MEDICAMENTOS INTRAVENOSOS E ATÉ ADRENALINA, MAS O PACIENTE RESISTIU POR QUASE 12H A SER ATENDIDO POR MÉDICO COMO É DE CIÊNCIA A FAMÍLIA. TENDO DÚVIDAS OS SENHORES PODEM PROCURAR O DIRETOR DA UPA E TIRAR SUAS DÚVIDAS COM O SENHOR GEOVANI, FAZER POLÍTICA COM ISSO É UMA IRRESPONSABILIDADE E AÇÃO MENTIROSA DESTE SITE. ANTES DE PUBLICAREM BOBAGEM PELO MENOS SE INFORMEM OS FATOS DA VERDADE. A SECRETARIA DE SAÚDE ESTÁ A DISPOSIÇÃO.
O principal erro é não saber administrar a coisa pública, pois no mínimo era já para aqui em Quixadá existir uma UTI móvel que deveria ser mantida pela prefeitura,e até uma aeronave adequada, por ser a maior cidade do Sertão Central, por ser uma cidade média e com muitos problemas. A culpa não foi dos médicos mas é fácil ver que a estrutura do Hospital Municipal e das UPAS é precária e que os profissionais que lá estão são verdadeiros heróis, deixando de lado as exceções. Não adianta os atuais gestores tentar tapar o sol com a peneira, tentar ludibriar a população, pois o povo não é besta e está vendo que essa atual administração é uma catástrofe e o povo está sendo DEZrespeitado, DEZprezado. Grandes eles são para fazer folclore e mazelas. Estamos no ano de eleições e veremos mais dessa atual safra de políticos muito folclore, muitas promessas, promessas de fórmulas mirabolantes, enfim, toda espécie de soluções para os problemas, mas que pouco será feito para suprir pelo menos a maioria dos problemas da população.
Todos sabem que não por simples querer que é feita uma transferência. Primeiramente é obrigatório a estabilizar o quadro clínico do paciente e depois do Ok da central de regulação é que o paciente poderá ser transferido. Muito cuidado ao tentar atribuí a morte de alguém erro médico.