OPINIÃO: “Vá pros quintos dos infernos, infeliz!”

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Estamos num período em que radialistas e blogueiros fiscalizam cuidadosamente o que vão falar e escrever acerca dos candidatos na disputa eleitoral. Precisam ter cuidado com o uso do nome dos santinhos, já que Suas Excelências Reverendíssimas possuem um aparato galáctico de legislação protetora. No período eleitoral, eles se elevam muito acima de nós, pobres mortais que somos.

O menor vacilo pode resultar em multas escorchantes para este ou aquele setor da imprensa; e, como se sabe, visto que alguns profissionais da imprensa no interior não se valorizam o suficiente, permanecem numa classe humilde e, consequentemente, não dispõem de condições financeiras para arcarem com multas pesadas ou para lidarem com embates jurídicos. É um ciclo dos infernos! Radialistas ou blogueiros bem de vida seriam um pesadelo para os políticos, acostumados que estão a ofertar esmolas.

Assim, este ou aquele candidato – de cujas atividades sequer ouvimos falar nos últimos anos -, de repente aparece em nossas casas, devidamente banhado no óleo de peroba, para nos encantar com suas promessas de sempre, seus estilos populares, simpáticos, abraçando crianças catarrentas, beijando velhos enrugados, bebendo água de pote em caneco sem aseia, andando a pé pelas ruas empoeiradas, etc, etc, etc… Uma festa despudorada no reino da hipocrisia e, por nosso lado, da burrice. E não se pode dizer nada com eles. São protegidos pelo poder da lógica de dominação das classes governadas que se perpetua na democracia. Simplesmente não se pode arranhar a pele desses hipócritas, de jeito nenhum, mesmo que eles tenham descarnado nosso corpo todo no decorrer de seus mandatos irrelevantes e podres. Pelo menos na porta lá de casa posso mandar esses nojentos irem ver se eu tô na esquina. Assista este vídeo primeiro, depois eu volto.

Voltei. Não é uma questão de querer ofender, destratar, desonrar ou caluniar estes senhores e senhoras que pleiteiam cargos públicos. Não é isso. Mas dizer a verdade neste país pode se tornar um ato criminoso, dependendo da sua conta bancária e dos advogados que possa contratar. E os políticos tiram proveito dessa realidade. Infelizes!

O que o jornalismo deveria fazer sem temor neste período eleitoral era cascavilhar a produção legislativa dos candidatos que já exerceram cargos no passado e escancarar para a população o que eles fizeram. Ou melhor: o que eles não fizeram. Muita gente em Quixadá, por exemplo, e em Quixeramobim, em Ibaretama, em Choró, em Senador Pompeu, e  em outros municípios do sertão central cearense sentiria vergonha! A produção legislativa de alguns deputados e de algumas deputadas é fraca, sem impacto no Estado, às vezes irrelevante e até inexistente. Alguns estão lá apenas para bater continências para o governador, aprovando o que vier lá de “riba”, como diria meu avô. Tão úteis ao povo como as bicicletas aos peixes! Assista este outro vídeo, depois eu volto de novo.

Pronto, voltei. Agora eles estão aí, protegidos pela Lei contra críticas mais pesadas, mas não contra a exposição da verdade. E a verdade é que temos em nossa região uma leva de parasitas insistentes da política, paus mandados do executivo que em praticamente nada se alinham aos interesses populares. É uma tristeza! A solução mais apropriada seria dar uma resposta nas urnas e, talvez, renovar os quadros. É difícil, no entanto, conseguir isso, pois a maioria de nós prefere continuar rinchando enquanto as mesmas figuras de sempre nos cavalgam, burros de carga que somos! Assista só mais este vídeo, prometo que é o último, depois eu volto.

Já voltei. Algo inédito pode acontecer a estes candidatos que estão a rondar de casa em casa durante estes dias: podem acabar descobrindo quem é o editor desta coluna, pois certamente será minha a voz educada que sairá do interior de uma casa qualquer, dizendo: “Vá pros quintos dos infernos, infeliz!”

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