Quem tem a máquina, tem muito. O poder de fogo dos Ferreira Gomes está chegando ao ápice de seu uso na
campanha eleitoral. Os oponentes lidam com aquele grupo que, como no desenho animado, possui “a força”. E a força é tão grande que, embora 76% dos cearenses desejem ações diferentes das que aí estão, conforme pesquisa do Datafolha encomendada pelo jornal o Povo, o candidato do governo, ou seja, aquele que promete continuidade, deu recentemente um
salto significativo nas pesquisas de intenção de votos. Quadro semelhante pode ser visto na disputa para a presidência.
Olhando o cenário, parece que o cearense, sob o poder hipnótico da propaganda eleitoral e debaixo da influência da “força” da máquina administrativa, simplesmente esquece
as razões para desejar tanto ações diferentes do próximo governador.
Possivelmente, o carro chefe do desejo de mudanças envolve o tópico segurança pública. Com sua política de investir na aparência de preparo, Cid Gomes ciou uma polícia semelhante a uma enorme árvore de tronco oco. É muita parafernália para coisa nenhuma.
Um levantamento feito através dos registros da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social constatou que, de janeiro de 2007 a março de 2014, foram registrados 20.740 homicídios no Estado (sendo 2.860 por ano). A estatística praticamente se iguala ao número de soldados mortos durante os oito anos e nove meses de guerra no Iraque, de todas as nações em combate, que ficou na casa dos 21.428.
Conforme dados colhidos no Mapa da Violência e na Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o número de homicídios (incluindo lesões seguidas de morte e latrocínios) no Estado só aumenta. Enquanto em 2007 foram contabilizados 1.936 crimes de morte, em 2013 o número subiu 130%, com 4.462 homicídios.
NOSSA CAPITAL
Apenas no ano passado, a capital cearense respondeu sozinha por 45,2% do total de mortes violentas no Estado.
A cidade foi considerada a 13ª mais violenta do mundo em 2013. Em 2014, cresceu como rabo de cavalo na estatística e pulou para a 7ª colocação. De fato, os números oficiais da SSPDS comprovam: somente em 2014, a cada dia, 9,8 pessoas são mortas apenas em Fortaleza.
Segundo relatório da ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal, Fortaleza tem uma taxa de 79.42 homicídios a cada 100 mil habitantes, com 2.754 homicídios registrados em 2013. Essa taxa é a 2ª maior do mundo, inferior apenas a Caracas, capital da Venezuela.
SEM PROPOSTAS DIFERENTES
A máquina prega a continuidade. A continuidade, porém, é de uma política comprovadamente incapaz de colocar limites no absurdo crescimento do terror no âmbito da segurança. O jeito, para os donos da máquina, é investir em propaganda eleitoral, em paixão partidária, em cara feia e em retórica abusada. Não é verdade que o Ceará não melhorou em algumas áreas. Melhorou sim. Mas se os cearenses desejam a continuidade do alastramento de terror, é na “força” da espada de Grayskull que eles tem mesmo que confiar. Pena que ela é tão real quanto a do desenho animado.



É meu amigo, mas o povo tá de olho!e acredito que vai dar a resposta!