Cunha não tem legitimidade moral para exercer os direitos de sucessão presidencial

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Eduardo Cunha, Presidente da Câmara dos Deputados.

O famigerado presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, começará, em breve, a experimentar as voltas que o mundo dá. Já nesta quinta-feira, 05, o STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar uma ação proposta pela Rede que pede ao tribunal que o afaste imediatamente do cargo.

Motivos não faltam para que Cunha saia não somente do cargo que ocupa, mas também do cenário da política brasileira. Ele é réu no STF pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro sob a acusação de integrar o esquema de corrupção da Petrobras. Ser réu não significa ter culpa, é bom dizer. Mas depois daquela montanha de dinheiro encontrada em seu nome na Suíça, alguém minimamente circunspecto ainda vê esse sujeito com bons olhos?

Leio na Folha de São Paulo, em edição desta quarta-feira, 04, que “devido às mesmas suspeitas, Cunha também é alvo de outra denúncia, de mais três inquéritos na corte e de outros três pedidos de inquéritos que ainda aguardam autorização do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato. As investigações apuram o recebimento de propina da Petrobras e o uso do mandato para supostas práticas criminosas.”

Não acredito que o STF vá afastar Cunha de pronto. Esta é a mesma Corte que, desde dezembro do ano passado, está sentada sobre uma ação contra Cunha, apresentada pela Procuradoria Geral da República, exatamente porque crê que os apontamentos da PGR representam uma intervenção excessivamente drástica de um poder sobre outro. Mas é bem possível que, num julgamento que se faz por hipótese, já que os fatos apontados desta vez pela Rede sequer aconteceram ainda, o STF estabeleça que o tal não tem certos direitos associados à sucessão presidencial.

Seja como for, o julgamento no Supremo chega em boa hora. Com Michel Temer prestes a se tornar presidente, como presidente da Câmara dos Deputados, Cunha seria o próximo na linha sucessória substitutiva e, embora não tenha direito de suceder o mandato de alguém eleito através do voto (expliquei isto aqui), seria uma desonra para os brasileiros ter um elemento deste naipe na cadeira da presidência, ainda que fosse por um minuto. Ora, se Dilma, por crime de responsabilidade, não merece mais estar ali, imagine um embaucador como Cunha!

Ministros como Gilmar Mendes e Teori Zavascki já sinalizaram publicamente que a discussão sobre um réu como Cunha poder ou não estar na linha sucessória substitutiva da presidência da República é viável. A maioria dos brasileiros também acha. Aliás, acha, inclusive, que este moço merece toda a reprimenda que a Lei lhe puder dar. Ele e toda a canalhada de terno do Distrito Federal.

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1975109_895395303833674_3941638773056511380_nPor Gooldemberg Saraiva




Comentários

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  1. Desculpem o erro. A primeira frase é uma afirmação. Dilma não é investigada por corrupção!!!

  2. Dilma não é investigada por corrupção? Onde vc viu isso Antonio Saldanha? Posta aí pra gente! Fiquei curioso. Mas não me surpreende. Os objetivos da mídia e da oposição já foram alcançados, manchar a imagem dela. Veja que até vc foi levado a crer em algo que não existe. Ela é julgada por um erro administrativo (pedaladas) que é o pagamento dos programas sociais feitos por bancos públicos para que estes não parassem sendo que o governo esta cobrindo esses valores. O outro ponto é a emissão de ordens presidenciais (6 ou 7) que não passaram pelo congresso, mas em nenhum dos casos foi para benefício próprio (ele não recebeu nada). E isto é fato notório, pois tenho certeza de que se pelo menos houvesse indicio a explicação bem detalhada já estária na mídia, ela provavelmente já estaria presa.

  3. Temos que ponderar o seguinte: O Eduardo Cunha, antes do Impeachment, já era réu e também acusado de ter sido descoberto na Suiça contas bancárias do mesmo, muito possivelmente de propinas do sistema de corrupção do petrolão da Petrobrás. Temos que lembrar que ele é deputado afiliado do PMDB, assim como outros afiliados do PMDB, que também podem se tornar réu no STF. Ele jamais poderia ter sido o mentor do impeachment, e portanto, não poderia estar como presidente da Câmara dos Deputados, para justamente não colocar sob suspeita as ações, os trabalhos na própria câmara dos deputados. A propósito, nem ele e nem Temer poderiam, a bem da verdade passarem a ser aqueles que seriam vice e presidente do Brasil, até porque sabemos também que o Temer, pelo que se noticia e se fala em certa parte da mídia e nas redes sociais, ele, Temer, também é acusado de corrupção, assim como está sendo acusada a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Sabemos também que muitos daqueles que votaram a favor da permissibilidade do impeachment são os deputados que poderão ser indiciados na lava-jato, e outros até já indiciados, cerca de quase 100. Temos que fazer justiça a um político de nome Roberto Requião, senador do Estado do Paraná, afiliado ao PMDB, que é considerado um bom político e não corrupto

  4. Pronto! Este site acabou de atestar que o tal impeachment comandado por este crápula foi ilegítimo e ilegal, ou seja, foi de fato um GOLPE.

  5. Como podem falar que ele não tem legitimidade se ha poucos dias ele comandou o processo politico mais importante do país e foi tao aplaudido e legitimado?

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