Um tolo por coveiro

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Waldir Maranhão (PP-MA).

Em qualquer cenário, o tolo sempre está entre as figuras mais desprezíveis. E não é difícil entender o motivo, bastando dar uma olhada no significado da palavra.

Tolo é um adjetivo que se refere àquele indivíduo que diz ou faz tolice, ou seja, que pratica asneira, que não tem inteligência ou juízo. O adjetivo “tolo” é usado também para expressar que algo ou alguém não apresenta nexo, que é ridículo, infundado, disparatado, que não tem razão de ser. Tolo é ainda aquele que age com ingenuidade, que é tonto, simplório, que tem comportamento de idiota ou imbecil.

Este adjetivo “tolo” tem diversos sinônimos e muitos deles são gírias da linguagem popular brasileira, usados muitas vezes como substantivo, de forma depreciativa: apatetado, babaca, bocó, paca, abestado, cabeça de bagre, papa mosca, mama na égua, mané, leso, abobado, palerma, paspalhão, débil, etc.

Waldir Maranhão (PP-MA), 60 anos, deputado federal e presidente interino da Câmara dos Deputados, após anular as sessões do impeachment, foi herói dos fechadores de rodovias por quase um dia inteiro. A turma que abraçou o discurso do “golpe” e da bagunça institucional em nome da defesa dum conceito esquisito de democracia passou a querer-lhe bem quase que instantaneamente.

Os governistas louvaram Maranhão pela bravura do ato e, num encontro com Cardozo, o Advogado Geral da União dos Companheiros, é possível que tenha ouvido mil promessas de futuro, apoiador que é de Flávio Dino, Governador do Maranhão e grande aliado de Dilma Rousseff.

Nas redes sociais, muitos que diziam execrar Cunha por causa das suspeitas de corrupção que pairam sobre ele, declararam que Maranhão – também sob suspeita de envolvimento com corrupção -, era o mais novo “malvado favorito”.

Mas a patuscada teve vida curta, produzindo apenas o efeito de expor o Brasil todo àquela sensação de vergonha alheia. Ignorado, como os tolos devem ser, pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, Maranhão viu sua manobra sendo igualada àquilo com que as rochas sonham, isto é, a nada. E antes que o sol nascesse de novo sobre sua tontice, anulou a anulação das sessões que entregaram o processo de impeachment aos senadores. O impeachment, portanto, segue.

A tolice do herói de ocasião o levou dos píncaros da glória aos insultos e ofensas da companheirada do poder. No Facebook alguém traduziu bem a lambança toda: melhor teria sido para o governismo ser cadáver insepulto do que ter aquele tolo por coveiro.

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1975109_895395303833674_3941638773056511380_nPor Gooldemberg Saraiva




Comentários

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  1. Ele anulou as seções sem consultar os outros deputados.Isto sim é golpe,porquê os que dizem que o impeachment é golpe não disseram que este ato é?

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