Não acredito em inferno de tormento pós-morte; mas havendo um, Fidel está indo pra lá

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Das coisas que ainda preservo da época em que fui Testemunha de Jeová, nome reivindicado por uma organização religiosa com quase 7 milhões de membros em mais de 230 países, está a não crença num inferno de fogo, ou tormento eterno, para os chamados “pecadores impenitentes”. Acredito ser incompatível com qualquer padrão de justiça (que possa ser considerado bom) condenar alguém a uma eternidade de sofrimento extremo, não importa o que ela tenha feito.

Ademais, o ensino claro da Bíblia é o de que somente Deus tem o poder de dar a alguém a vida eterna. Se os condenados a um inferno de torturas lá viverão para sempre no mais extremo horror, quem os manterá vivos? Só Deus poderia fazê-lo. Nem num inferno alguém poderia ter vida por si mesmo. Viver para sempre é um dom exclusivo de Deus. Esta é a doutrina. Imagine o Senhor mantendo estes miseráveis, um por um, vivos, ardendo em chamas, espetados nas lanças de demônios, aos gritos do mais profundo desespero, dia após dia, ano após ano, milênio após milênio, para sempre, sem um segundo sequer de descanso. Seria um Deus indigno de qualquer tipo de reverência. Com o tempo, uma figura assim superaria o próprio Diabo na manutenção de um sistema que promove indescritível crueldade e violência. Com dois milhões de anos dentro de uma fogueira, eu duvido que você não comparasse o capeta a uma criança boba perto do Deus que te mantém ali por tanto tempo.

Mas, como aquilo em que acredito ou não acredito não serve como padrão de verdade para o resto do mundo (felizmente!), e como a gente pode estar completamente errado até nas coisas que acredita estar completamente certos (os ateus diriam que eu estou errado até sobre a existência de Deus, ora bolas!), vai que exista mesmo um troço como um inferno de tormentos eternos? Havendo, suponho, Fidel Castro está indo para lá, se lá já não tiver chegado. Explico.

15181252_10207665427298643_6517325010130376604_nPara que serviria um inferno deste tipo senão para punir os piores crápulas do mundo? E el comandante Fidel, certamente, está na lista dos piores. Se não estiver, quase ninguém mais estará.

A bravura que o levou a declarar a revolução cubana, lá nos idos de 1959, e aquele desejo inicial de libertar seu povo da exploração imperialista norte-americana, de desenvolver uma sociedade mais justa, soberana e igualitária, em poucos dias após o ato solene deu lugar a um dos mais cruéis, repressores, mentirosos e sanguinários sistemas de governo jamais criados pela humanidade.

15202622_10207665351856757_277555632352778267_nSeiscentas pessoas foram assassinadas só nos primeiros dias da revolução. Em seguida, o direito de greve e de reunião, as liberdades civis, foram suprimidos.  Campos de concentração, onde o agora ditador mantinha aprisionados religiosos, prostitutas, homossexuais, opositores do regime e criminosos comuns, foram criados. Nesta barbárie el comandante mantinha parceria com Che Guevara. O regime de Fidel tornou-se em poucos meses uma máquina eficiente de matar.

Nem vou falar sobre as barbaridades que os homossexuais tinham de suportar nas universidades cubanas, por orientação do regime. Ainda hoje, tenta fazer uma parada gay por lá para ver o que acontece.

Estima-se que umas cem mil pessoas tenham passado pelas prisões cubanas – com as quais, em comparação, Guantánamo é um paraíso -,  e pelos campos de reeducação (de concentração), desde 1959. Entre 13 e 17 mil pessoas, sem direito a julgamento após o devido processo legal, foram fuziladas pelos pelotões do regime.

Muitos dos que tentaram fugir, após anos de desespero, miséria e fome, morreram afogados no mar, antes de alcançarem Miami.

Quantos tiveram seus sonhos interrompidos diante dos fuzis de Fidel?

Quantos não conheceram seus pais ou, conhecendo-os, os perderam para a ditadura castrista?

Fidel não foi um assassino por mera definição de quem lhe tem antipatia, mas o foi de fato, notoriamente. Mais que isto, foi um facínora, um genocida, um bárbaro que, à custa da miséria de sua gente, viveu como um monarca em suas luxuosas mansões. “Notícia triste”, disse o Papa Francisco sobre sua morte, revelando que até bons papas falam asneiras eventualmente.

“Eu, o Senhor Deus, não me alegro com a morte de um pecador. Eu gostaria que ele parasse de fazer o mal e vivesse”, é o que está dito em Ezequiel 33:11. Deus é Deus, rico em misericórdia e em amor, ao meu ver. Quem, adorando um Deus assim, vai festejar a morte de quem quer que seja, ainda que no íntimo sinta, de fato, um pipocar de fogos de artifício?  “O salário pago pelo pecado é a morte”, diz a escritura. (Romanos 6:23) Fidel morreu e não tem mais o que pagar. Seu castigo eterno é não usufruir das bênçãos de quem tiver, por benignidade imerecida, destino diferente. 

Mas, convenhamos, estando eu errado e havendo mesmo esse tal de tormento eterno de fogo, Mussolini, Saddam Hussein, Stalin, Kim Il-Sung, Hitler, Pinochet, Pol Pot, Franco, Mao Zedong e o resto da turma estarão lá para recepcionar o mais novo morador das profundezas do inferno.

NOTA: Por sinal, antes que comecem as críticas, sou bastante antipático ao Bolsonaro, como sou, também, àqueles que execram suas bobagens desmioladas e defendem, paradoxalmente, assassinos como Fidel.

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13076605_1139166942789841_2340143932051734232_nPor Gooldemberg Saraiva




Comentários

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  1. hatas siempre comandante.

  2. GOOLDENBERG VC É O CARA;PARABÉNS
    QUANTO AO FIDEL VAI APRONTAR AINDA NO INFERNO; TOU COM PENA DO SATANÁS

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