Monólitos Post

Lembra-se de um passado recente onde o maior “fiador” da candidatura do então comerciante João da Sapataria a prefeito de Quixadá foi o deputado Osmar Baquit? Lembra-se que seu sobrinho, Pedro Baquit, era o todo poderoso presidente da Câmara Municipal? Todos lembramos, porém deu uma amnésia geral no parlamentar quixadaense. O termo amnésia em medicina é um esquecimento patológico de coisas razoavelmente importantes, como por exemplo quem somos, onde vivemos, etc.

O cronista Ivan Lessa disse uma frase que se tornou bastante conhecida: “No Brasil, a cada 15 anos se esquece dos últimos 15 anos”. Em Osmar Baquit a amnésia que o atacou foi a mais comum, a da conveniência, essa tem estado muito frequentemente em alguns políticos brasileiros.

Em um passado distante, seu saudoso pai, Aziz Baquit, travou os maiores embates de sua longa trajetória política com o atual prefeito Ilário Marques. Além disso, em um passado recente Osmar tornou-se o protagonista desses embates, chegou ao ponto de em um evento público “jurar” que não se aliaria a Marques. A conveniência venceu o juramento, e Baquit não apenas apoiou o petista como agora esquece até o que aconteceu há pouco tempo – esse tipo de esquecimento é o que chamamos de “amnésia moral”.

Novamente, nos últimos dias, o deputado foi acometido de mais uma crise de esquecimento. Acontece que em uma postagem o deputado chegou ao cúmulo de creditar que a “oposição” desejava que onde existia uma gibiteca continuasse funcionando um bar, porém o esquecido parlamentar somente deixou de afirmar que no momento em que a gibiteca foi “transformada” em um bar, era Baquit quem ditava as regras na gestão, ele era quem comandava as ações e dizia o que seria ou não realizado naquele momento, aliás, o fracasso da administração de João da Sapataria teve uma grande influência de Osmar Baquit. É engraçado, mas somente se passaram quatro anos desse episódio.

A população quixadaense atualmente está comparando as duas gestões, Ilário x João da Sapataria, em vários momentos o povo brinca denominando o atual alcaide de Ilário da Sapataria, numa alusão ao fato de que as duas gestões estarem muito parecidas, e tudo indica que a coincidência mais grave pode estar na forte influência de Baquit para o fracasso das duas.

A amnésia é um mal endêmico da classe política, e a amnésia que sofrem é profunda, porque não só eles não se lembram do que disseram ou fizeram, mas não se conhecem, depois de ter compartilhado juntos anos de gestão, incluindo reuniões, eventos públicos, campanhas políticas, jantares, almoços, além de trocarem eternas juras de amor. Estes tipos de políticos estão doentes com amnésia política e, aparentemente, não há cura, pelo menos por parte da medicina tradicional.