Monólitos Post

Depois de praticamente oito anos de tranquilidade os servidores públicos municipais voltam a sofrer as consequências e as humilhações de uma administração que desvaloriza, despreza e persegue tanto os concursados como os temporários. Isso porque após as gestões dos ex-prefeitos Rômulo Carneiro e João Hudson, é a primeira vez que o Município de Quixadá realiza uma greve geral por falta de reajuste salarial.

O clima entre os servidores públicos municipais é de muita apreensão e incerteza. Pois na manhã desta terça-feira (24), na sede do Sindsep, houve deliberação sobre a paralização e a decisão foi tomada pela maioria dos representantes da categoria, que resolveu parar as atividades até que o prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), defina se vai ou não receber o sindicato e os servidores para anunciar o reajuste, já que até agora não fez caso dos direitos dos trabalhadores como deveria fazer e por isso algumas escolas já estão sem funcionar e com faixas com os dizeres “ESTAMOS EM GREVE!”

“A nossa luta ela não perpassa só pela educação, é todas as categorias (…) quando a gente não tem respostas concretas vamos a luta (…) tem a questão do reajuste dos servidores que estão com seus salários congelados (…) tem também a suspensão dos direitos no ano passado, tem os vigias, os fiscais, os motoristas e os pessoal do DMT (…) nós temos adesão do pessoal da saúde, educação, inclusive as escolas estão fechadas” disse Neiva Esteves presidente do Sindep durante entrevista ao Sistema Monólitos de Comunicação.

Com relação aos professores, o Governo Federal concedeu um aumento de 6,81% no piso salarial dos professores para o exercício 2018. Já o prefeito de Quixadá, além de menosprezar os servidores, pois já deixou de recebê-los várias vezes, não apresentou qualquer proposta justa para a categoria, deixando os trabalhadores desmotivados e irritados com a falta de consideração e respeito com aqueles que são os verdadeiros responsáveis pelo funcionamento da máquina pública.

Contudo, tem um ditado popular que diz que “o que começa errado, dificilmente dá certo”. É exatamente assim que caminha esse governo municipal, pois quem não lembra que em 2017 as aulas começaram totalmente desplanejadas, atrasadas e sem o serviço de transporte escolar, que prejudicou alunos e comprometeu o calendário normal do ano letivo? O descaso é tanto, que até redução de salário, que é proibido pela Constituição, tem na atual gestão, visto que os professores temporários tiveram corte salarial de quase cinquenta por cento desde o início da gestão e permanecem assim até hoje. Mas certamente o Sindsep deverá cobrar também a regularização desta sofrida e triste situação.

De acordo com os servidores, o prefeito tenta se justificar alegando que não pode conceder o reajuste por conta da crise, que foi herdada pelos governos do PT Lula (preso e condenado por corrupção) e Dilma (cassada) e alega ainda que a folha de pagamento estaria no limite. Primeiro, é bom esclarecer que Ilário Marques fala em crise, mas realizou uma licitação para alugar um carro de luxo blindado, ingressou na Justiça para aumentar o seu próprio salário e o de seus secretários no percentual aproximado de 50%, realizou o carnaval com bandas caríssimas e concedeu aumento de até 150% nas suas “generosas” diárias e de seus secretários. Em segundo lugar, se a folha do pagamento de pessoal já está comprometida e acima do limite permitido, o único culpado disso é próprio prefeito que dá a última palavra na gestão.

Caso o prefeito tivesse administrado o Município com eficiência a prefeitura não estaria com a folha de pagamento estourada, a gestão não estaria vivenciando um caos e os servidores não estariam em greve.

Assista a entrevista onde a presidente do Sindsep, Neiva Esteves, anuncia a greve geral.