Em Quixadá, as cenas de perseguições aos trabalhadores têm sido comum. Depois de 20 dias de um vendedor de redes ter sido expulso da Rua Rodrigues Junior, no Centro da cidade, nas proximidades da praça da estação, outro ambulante, na manhã desse domingo (25), foi proibido de trabalhar. Recebendo ordens superiores, os agentes de fiscalização impediram que um homem comercializasse cadeira naquele mesmo local.
A cena foi gravada pelo estudante de Odontologia Fábio Lima, que filmou o momento em que os fiscais aguardavam o homem retirar suas mercadorias do local. Silenciosamente, o ambulante colocou seu produto no caminhão. O cinegrafista amador, que havia gravado também a expulsão do vendedor de redes no início do mês, novamente, se decepcionou com a situação. “Estamos aqui, acompanhando mais uma vez a perseguição do pessoal da prefeitura com os vendedores ambulantes. Infelizmente, diante disso, a gente tem que aceitar porque eles é que são as leis da cidade. Muito triste, mas esta é a vida do vendedor”, lamentou o estudante.
Vale lembrar que tanto o vendedor de redes como o de cadeiras estavam realizando as vendas de suas mercadorias em um terreno do Governo Federal. Na gravação, é possível ver que o terreno é usado como estacionamento para caminhões diariamente, uma clara demonstração de que a Prefeitura persegue os trabalhadores, mas não vai atrás do empresário que usa o terreno para “guardar” seus veículos.
Desde que a atual administração, liderada por Ilário Marques (PT), assumiu o comando do Executivo local, ambulantes são impedidos de trabalhar. Os agentes de fiscalização cumprem apenas ordens, mas as os quixadaenses questionam a postura da administração pública de Quixadá em fiscalizar apenas os mais pobres. Ao que parece, o prefeito protege alguns comerciantes e empresários, que durante à noite ocupam o espaço público como se fosse seu.


