As sessões da Câmara Municipal de Quixadá têm sido marcadas por polêmicas. A dessa quinta-feira (26) não foi diferente. O empresário Antonio Almeida, proprietário do Hotel Pedra dos Ventos, demonstrou todo o seu descontentamento com a falta de segurança e o abandono do Turismo por parte da gestão municipal.
O empresário foi a Câmara cobrar ajuda dos vereadores, sobretudo porque o distrito, que tem cerca de seis mil habitantes, é conhecido pela prática de voo livre e pelo grande potencial turístico. Em sua solicitação ao Almeida comentou que falta de segurança atrapalhava o desenvolvimento do Turismo e comércio daquela região do município. “A gente vinha com policiamento, em Juatama, há um ano e quatro meses. Esse policiamento foi para lá porque a iniciativa privada construiu, a pedido do comando, uma delegacia. Foi muito bem organizada, foi muito bem construída. Lá os policiais podiam ficar durante toda a noite com segurança, muros altos, comunicação. A parte de alimentação foi cedida pelo Hotel Pedra dos Ventos e pelo Pé de Serra, os maiores empreendimentos turísticos da atualidade em Quixadá e na semana atrasada o policiamento foi removido de Juatama. Não foi colocado nem para o Hotel Pedra dos Ventos, nem para a sociedade os motivos porque foi removido aquele policiamento e nem quem removeu. Nós ficamos muito abalados com isso e, agora, você imagina como é que nós estamos”, disse.
Ele relembrou as mortes dos policiais militares ocorridas em Juatama, no ano de 2016, quando enfrentavam um grupo criminoso fortemente armado. “Para vocês terem uma ideia, aquela estrada por onde passa toda a marginalidade, ela passa por Juatama e vai da lá no Santuário. Essa estrada foi onde aconteceu o assassinato de três policiais, que vocês se recordam. Um dos meus funcionários foi assassinado. Nós vivemos nisso, gente”, comentou o empresário.
Ainda chateado com a falta de segurança, Almeida enfatizou que a falta de investimentos no distrito tem atrapalhado todo o comércio local. Citou, inclusive, o abandono da rampa de voo livre, o que fez com que o município deixasse de arrecadar com a vinda de turistas para Quixadá. “2018, a rampa estava horrível. Nós fomos na rampa e fizemos um trabalho de colocar, através de um financiamento pessoal meu e de alguns pilotos, onde nós gastamos de R$ 10 mil e, conseguimos fazer a rampa retornar com carpete, cimento e quando nós estávamos para ampliar isso aqui, fomos barrados pela Associação de Voo Livre, que eu não entendi, tá? A associação disse: Não, vocês não podem mais fazer nada lá não. A associação não é nem dona, ela não tem convênio. Mas, ela colocou que sem falar com a Prefeitura, com a Diocese e com associação não poderíamos fazer nada. Nós paramos, gente. paramos de fazer um investimentos, nós fizemos com 10 mil, um dinheiro perdido, tá? Eu perdi R$ 5 mil e os pilotos do Brasil inteiro colocaram mais 5 mil, porque a Prefeitura não tem dinheiro. Resultado: Eu tenho aqui a movimentação financeira até 2017 que gerava de renda para o nosso quixadá. sabe quanto gerava de renda com pilotos de voo? Nós tínhamos 100 pilotos estrangeiros que passavam, em média, 30 dias, de 15 de outubro a 15 de novembro, sem contar com os outros dias, eu botei só um mês, movimentando 100 dólares por dia porque esses pilotos alugam carros, alugam hotel, alugam motoristas, pagam os meninos da rampa, pagam a rampa, sabe quanto da isso, pessoal, em um mês? Um milhão, duzentos e quarenta e oito mil reais, nós perdemos porque a prefeitura não tem dinheiro”, informou.
Ele informou que tenta ajudar a não deixar o voo livre acabar em Quixadá, mas uma questão política tem atrapalhado. “Eu vou perguntar para vocês o que é que está acontecendo? Perguntei porque é que a associação não quer que a gente faça a rampa. O presidente e o vice-presidente da associação foram contratados pela prefeitura”, destacou.
Ao terminar sua fala, o empresário perguntou: “Eu estou aqui para saber se vocês me deixem continuar trabalhando ou eu vou me embora? O voo livre vocês já acabaram. O voo livre já tá acabado”.
Em Quixadá, o Turismo, que poderia gerar emprego e renda tem sido abandonado pela gestão municipal. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, que tem como titular Pedro Baquit, é apática e não tem um projeto que envolva os quixadaenses, gerando emprego e renda para população não apenas da sede do município, mas também para a dos distritos como Juatama e Daniel de Queiroz, onde fica localizado a Fazenda Não me deixes, que pertence a família da escritora Rachel de Queiroz.
Assista o pronunciamento do empresário Antonio Almeida.


