A Prefeitura e a Câmara Municipal de Quixadá são alvos de duas operações do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). As operações “Fiel da Balança” e “Casa de Palha” investigam desvio de verbas públicas no dois poderes, que , de acordo com o órgão, é mantida por um esquema formada por políticos, servidores públicos e empresários.
O site Monólitos Post obteve, com exclusividade, documentos em que os promotores revelam a existência do “Mapa da Propina” da Terra dos Monólitos. De acordo com o MPCE, o dinheiro dos contribuintes quixadaenses escoavam pelas contas de dezesseis pessoas, incluindo empresários e políticos, entre eles as duas maiores autoridades do município – o prefeito e o presidente da Câmara. Além deles, constam no mapa três empresas que serviam de fachada para o suposto esquema criminoso.
No dia 17 de outubro de 2019, o Ministério Público, através da promotora Cibelle Nunes de Carvalho Moreira, em resposta a um pedido de revogação de prisão preventiva a um dos acusados de pertencer ao esquema criminoso, manifestou-se pelo indeferimento. Na justificativa pela manutenção da prisão de Ricardo de Sousa Araújo, a integrante do órgão disse que “as investigações acerca da organização criminosa comandada pelo requerente e os demais réus ainda persistem, sendo necessária a manutenção da prisão preventiva, uma vez que, apesar das várias denúncias já apresentadas ao Poder Judiciário, a investigação ainda está em curso”.
Nesta mesma peça, a promotora elaborou um mapa demonstrando os integrantes do suposto esquema criminoso que desviava dinheiro público que deveria ser investidos na saúde, na educação, no esporte, na cultura, em saneamento básico, no turismo, na geração de emprego e renda e na infraestrutura do município. Pela primeira vez o MPCE inclui o prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), na operação “Casa de Palha”. O alcaide, de acordo com o órgão, figura no “Mapa da Propina” interligado ao genro que teve a prisão temporária decretada na deflagração da operação.
A investigação iniciou-se em 2018 com a coleta de documentos, interceptações telefônicas, afastamento do sigilo bancário e fiscal de empresas, sócios e agentes públicos, com isso foram coletadas diversas provas que serviram de base para abertura de diversas denúncias no Poder Judiciário. Segundo o MPCE, ficou demonstrado a combinação de procedimentos licitatórios de obras de engenharia, falsificações de documentos, conluio entre licitantes, dentre outros ilícitos, o que fez com o órgão compartilhasse as provas com Ministério Público Federal, Polícia Federal e outras Promotorias de Justiça do Estado do Ceará.
As investigações das operações “Casa de Palha” e “Fiel da Balança” seguem, assim como a análise das documentações apreendidas, podendo gerar a apresentação de novas denúncias.
Abaixo você pode conferir a peça do MPCE com o “Mapa da Propina”.


