Não tem jeito, o prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), não para de desafiar o Poder Judiciário e o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). No último dia oito de outubro, o Executivo quixadaense prorrogou contrato, por sete meses, com a RPC Locações e Construções Eireli – EPP, a mesma em que o órgão ministerial acusa, na operação “Fiel da Balança”, de repassar propina dos serviços de coleta urbana ao alcaide. O contrato de prorrogação foi publicado no Diário Oficial dos Municípios desta quarta-feira (6).
Em agosto de 2018, o petista foi afastado pela justiça a pedido do MPCE acusado de receber recursos indevidos da RPC, empresa que, juntamente com o governo municipal, atrasa os pagamentos dos garis, mas que embolsou de janeiro até meados de agosto de 2019, quase oito milhões de reais da Prefeitura de Quixadá.
A empresa recebe total interferência de Ilário. Na última quinta-feira (31), o prefeito foi pessoalmente negociar com os garis que pretendiam paralisar suas atividades por atrasos em seus salários. Na ocasião, um agente de limpeza, que foi cobrar seu pagamento, foi demitido após trabalhar 30 anos na coleta de lixo.
As estreitas relações entre os agentes públicos do município com empresas contratadas para prestação de serviços à população está sendo investigada pelo MPCE, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), que deflagrou a operação “Casa de Palha” para investigar fraudes em licitações no Executivo e Legislativo quixadaense.
As operações “Fiel da Balança” e “Casa de Palha” são consideradas as maiores ações de combate à corrupção em toda a história da Terra dos Monólitos, colocando em xeque a conduta de políticos que estão há mais de trinta anos no poder e que anteriormente não eram investigados.



