O município de Quixadá vive um dos piores momentos na política. Os dois últimos anos foram marcados por ações do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). O órgão deflagrou duas operações: A “Fiel da Balança” e a “Casa de Palha”, que mostraram aos quixadaenses como funciona as administrações na Prefeitura Municipal e na Câmara de vereadores. Os promotores de justiça descobriram que um grupo foi formado para desviar verbas públicas da municipalidade.
Na Câmara, os vereadores de oposição ao prefeito Ilário Marques (PT) tentam retomar a imagem da casa. Em agosto deste ano, eles solicitaram a Mesa Diretora a cassação de Ivan Construções do cargo de chefe Poder Legislativo, o que não foi aprovado pelos demais parlamentares. Após um pouco mais de dois meses, um novo requerimento foi enviado ao presidente interino, Denis Dutra (PT), solicitando que a votação da destituição do cargo de titular da Chefia da casa fosse colocada em pauta novamente, mas o petista vem protelando.
Informações de bastidores dão conta de que um dos motivos para que Dutra não realize a votação de destituição de Ivan Construções da Mesa Diretora é o medo de uma possível delação premiada do chefe do Poder Legislativo em retaliação ao seu afastamento do órgão de direção, e que as denúncias possam atingir os principais ocupantes dos cargos políticos da Terras dos Monólitos.
Nos dois dias de sessões da semana passada, o presidente interino não colocou na pauta a cassação do correligionário da Mesa Diretora. Nessa quarta, houve audiência pública na Câmara. Hoje, o requerimento não foi pautado por Dutra.
Nos próximos dias, os vereadores de oposição e a população devem cobrar o porquê de se manter no principal cargo da Câmara um parlamentar que está preso por comandar, de acordo com o MPCE, um grupo criminoso que fraudava licitações nos poderes Legislativo e Executivo.
Vale destacar que o órgão solicitou à justiça o compartilhamento dos áudios e provas para que a própria Câmara comece a tomar a decisão sobre o futuro de Ivan Construções. Até agora, nada foi feito, mesmo após a casa ter fragilizado a própria imagem por não tomar um posicionamento de moralidade. Os quixadaenses, atualmente, pagam dois presidentes, totalizando 18 vereadores em um parlamento que só tem 17 cadeiras.


