Os atos realizados por agentes públicos da Prefeitura Municipal, da Câmara de vereadores e empresários, que fraudavam licitações e que estão sendo investigados na Operação “Casa de Palha” do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) , prejudicaram a população quixadaense, sobretudo pessoas que buscam em um pequeno negócio garantir o sustento da família, como é o caso dos verdureiros e vendedores de frutas que utilizam uma rua ao lado do mercado público como ponto de venda. Eles foram deslocados para outro local, desde que a atual administração anunciou que iria construir a nova feira de frutas e verduras.
O prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT) chegou a assinar, em junho de 2018, a ordem de serviço, mas a obra demorou a ser iniciada e quando a construção começou, teve que ser interrompida, pois a construtora responsável pelo levantamento do novo espaço é uma das investigadas naquela operação, deflagrada em abril de 2019. De acordo com o MPCE, a empresa era usada de fachada por um grupo formado para fraudar e superfaturar os valores das licitações tanto no Executivo como no Legislativo local, com o objetivo de pagar propina para alguns agentes políticos.
Após a descoberta do grupo, que o órgão ministerial caracteriza como uma organização criminosa, e das fraudes, o presidente da Câmara Municipal, Ivan Construções (PT), o genro do prefeito, Neto Dias, empresários e alguns servidores foram presos e todas as obras de responsabilidade das empresas que faziam parte do esquema foram paralisadas, bem como, o repasse de qualquer pagamento foi proibido pela Justiça.
A obra da nova feira das frutas foi uma das interrompidas e ficou paralisada por 16 meses. O local ficou abandonado, sem servir para as pessoas que comercializavam no espaço, nem ser utilizado com via de acesso a Rua Tabelião Eneás. Estava sendo utilizado como depósito de lixo e os vendedores achavam ruim porque foram deslocado para próximo da Praça da Catedral e, o pior ainda, dificultando o tráfego, pois suas bancas são instaladas no meio da rua, interrompendo a passagem de pedestres e veículos.
Com o passar do tempo, a Prefeitura teve, pela pressão dos comerciantes, retomar a obra através de uma nova licitação. No primeiro processo licitatório, a construção da feira das frutas custava R$ 84. 345,28 (oitenta e quatro mil trezentos e quarenta e cinco reais e vinte e oito centavos), onde o espaço passaria por reforma do piso, adaptações, coberta e padronização da feira e tinha o prazo de execução de três meses. Agora, uma nova licitação foi feita e as obras iniciadas no último dia 12 de novembro, porém, estranhamente, para uma instituição que está sob suspeição, o valor da construção, com a mesma estrutura, passou a custar quase oito porcento a mais, passando a custar R$ 90. 893,12 (noventa mil, oitocentos e noventa e três reais e doze centavos), sem a informação do prazo de execução.


