Preso na operação casa de palha, que investiga crimes de corrupção na prefeitura e Câmara Municipal de Quixadá, Ricardo de Sousa Araújo teve mais um pedido de liberdade negado pela justiça. Nesta operação, além de Ricardo, foi preso, entre outras pessoas, o genro do prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), e presidente da Câmara, Ivan Construções (PT), conhecido como o “homem forte” do alcaide, todos acusados de participar de um esquema criminoso para desviar recursos públicos deste município.
Conforme destacou o magistrado da 3ª vara da comarca de Quixadá, Adriano Ribeiro Furtado Barbosa, “No caso concreto, não pairam dúvidas de que os crimes imputados ao suplicante são extremamente graves (peculato, lavagem de capitais, entre outros). Em outras palavras, a restrição do prazo da prisão processual em hipótese como a dos autos é menos severa que a de infrações mais brandas”.
De acordo com a sentença, foi ainda especificado o seguinte: “Apenas para exemplificar a complexidade, a ação penal n. 002732-80.2019.8.06.0151 é composta de 04 acusados, dentre eles o requerente. Só nessa ação penal, somando todos os crimes imputados a cada um dos acusados, chega-se a mais de 60 (SESSENTA) delitos, 06 (seis) deles só atribuídos ao requerente, entre peculatos e lavagem de dinheiro.” A defesa de Ricardo chegou a fazer um pedido de reconsideração, mas o magistrado manteve a decisão.
Também no início deste mês a justiça negou mais um pedido de liberdade do presidente do Poder Legislativo deste município. Dessa forma, Ricardo e Ivan permanecem na cadeia até que ocorra nova decisão concedendo a liberdade dos investigados. Pelo o que se constata, a situação em Quixadá é gravíssima, tendo em vista que tanto Legislativo quanto o Executivo estão sob a mira de duas operações que investigam os crimes mais graves contra a administração pública, como peculato e lavagem de dinheiro.
A Câmara Municipal é investigada pela operação “Casa de Palha” que resultou em afastamentos de cargos, prisões e o oferecimento de oito denúncias criminais até o presente momento. Conforme informações do próprio Ministério Público as investigações no âmbito desta operação continuam com a análise inclusive de interceptações telefônicas, razão pela qual novos desdobramentos poderão ser apresentados a sociedade a qualquer momento.
Já com relação a prefeitura, esta é investigada pela operação “Fiel da Balança” que resultou no afastamento do prefeito Ilário Marques do cargo, bem como no afastamento de secretários. Nesta operação, o caso investigado também é gravíssimo, pois o afastamento do prefeito foi determinado pelo Tribunal de Justiça do Ceará por meio do Procedimento Investigatório Criminal nº 45/2018, sendo ainda decretada a quebra de sigilo bancário e fiscal, busca e apreensão nas residências e na prefeitura e a proibição do prefeito afastado adentrar a qualquer repartição do poder público municipal de Quixadá. Porém, até o presente momento nenhuma denúncia criminal foi apresentada, motivo pelo qual a sociedade ainda aguarda a conclusão desta investigação.
Leia abaixo a decisão da Justiça.
