Governo indiano planeja investir US$ 500 milhões no Brasil

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A fatia da Bolívia é de US$ 2,1 bilhões por conta do interesse em ativos de mineração. Para o Chile, o montante chega a US$ 1,5 bilhão e para a Argentina, a US$ 1,2 bilhão.

A Índia tem uma reserva de US 500 milhões para fazer investimentos diretos no Brasil, como parte de um plano do governo de alocar recursos no total de US 2,5 bilhões no país, segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores indiano.

“Deste volume, US 2 bilhões já foram investidos e o restante ainda está buscando um destino”, disse à BBC Brasil um alto funcionário do ministério que preferiu não ser identificado.

“Não existe um prazo específico de quando estes recursos devem ser utilizados. Eles estão à espera de uma boa oportunidade”, completou.

Nesta semana, a secretária de Minas da Índia, Santh Sheela Nair, afirmou que o país precisa acelerar o ritmo de aquisições no exterior, senão corre o risco de ficar completamente “fora do jogo”.

Ela avalia que há boas oportunidades principalmente na área de mineração e que é preciso agir rapidamente, antes que estes ativos desapareçam.

Para Prashanth Nayak, sócio da empresa de consultoria The Jai Group, o segmento de açúcar e álcool também é um forte candidato para receber estes recursos. Em outubro de 2008, o governo indiano adotou uma regra que exige a mistura de 5% de álcool à gasolina vendida. Mas desde então ainda não conseguiu colocá-la em prática.

“A Índia não produz etanol suficiente para suprir essa determinação e por isso o governo está buscando aumentar a sua capacidade de produção no Brasil”, disse.

Petróleo

O segmento que até agora já recebeu mais investimentos do governo indiano no Brasil foi o petrolífero. O interesse se manifestou pela primeira vez em 2006, quando a estatal indiana de petróleo ONGC fechou um acordo para comprar uma participação de 30% da Exxon Mobil em um campo petrolífero da Bacia de Campos (RJ).

O negócio saiu por US 1,4 bilhão e garantiu a primeira aquisição da estatal indiana na região, após várias tentativas frustradas.

Em 2007, a Petrobras assinou um acordo por meio do qual transferiu à ONGC 15% da participação no bloco BC-10, no litoral do Espírito Santo, por US 170 milhões.

D.K. Sarraf, diretor-financeiro da ONGC, garante que até 2011 o plano da empresa é investir US 6 bilhões em novas áreas de exploração em mercados estrangeiros e na melhoria de técnicas de extração de campos mais antigos.

América Latina

A América Latina tem entrado cada vez mais no radar do governo indiano. Para a região, o plano de investimento alcança US 12 bilhões.

O Brasil aparece no topo da lista. A seguir está a Venezuela, com volume de investimentos previstos da ordem de US 2,1 bilhões.

A fatia da Bolívia é de US 2,1 bilhões por conta do interesse em ativos de mineração. Para o Chile, o montante chega a US 1,5 bilhão e para a Argentina, a US 1,2 bilhão.

A aposta do Ministério das Relações Exteriores indiano é de que as trocas comerciais com a América Latina deem um salto nos próximos dez anos e passe dos atuais US 16 bilhões para US 160 bilhões.

Hoje, o comércio da Índia com a Europa é da ordem de 100 bilhões de euros e com a região do Golfo, de US 100 bilhão.

Fonte: Vote Brasil




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