EXCLUSIVO: Em áudio, genro do prefeito de Quixadá é flagrado mandando parar a fiscalização porque é ano de eleição

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A operação “Casa de Palha”, que investiga crimes de fraudes em licitações na Câmara Municipal e Prefeitura de Quixadá e que levou a prisão o presidente do Legislativo local, Ivan Construções,  empresários e agentes públicos, revelou que o genro do prefeito Ilário Marques (PT), conhecido por Neto Dias, que também teve a prisão preventiva decretada, mandava e desmandava na gestão. Ele, por vezes, parecia ser o próprio chefe do Executivo.

O Monólitos Post teve acesso as transcrições de áudios, interceptados pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e autorizados pela justiça. Em um deles, Neto Dias demonstra que dava as ordens até nos órgãos de trânsito. O genro do prefeito foi flagrado, em uma conversa com um homem não identificado (HNI), mandando parar a fiscalização de trânsito porque era ano de eleição. “HNI diz para NETO se NETO não acha que essas fiscalizações têm que dar uma amenizada agora. NETO diz que vai falar com a doutora DENISE; HNI diz que acha que tem que dar uma diminuída nisso; NETO diz que é antes das eleições; HNI diz que não se faz fiscalização antes de eleição; NETO diz que os guardas não estão nem parando mais nas barreiras…”, aponta interceptação.

A conversa demonstra que o genro do prefeito Ilário Marques trata o município como extensão da casa dele, sem nenhum tipo de respeito a autonomia dos órgãos e como se fosse o dono de Quixadá. Além disso, Neto Dias sempre demonstrou não ter medo da justiça. Ele já havia sido flagrado, em outro áudio, tentado destruir provas dos crimes cometidos na operação “Fiel da Balança”, que investiga, de acordo com que diz o MPCE, recebimento de propina oriunda dos serviços de coleta de lixo para abastecer a campanha da esposa do petista, Rachel Marques, ao cargo de deputada federal, em 2018.

À época da deflagração da “Fiel da Balança”, o  juiz que analisou as solicitações do MPCE destacou que “pelo que restou demonstrado de forma indiciária, Milton Xavier Dias Neto participa ativamente do grupo criminoso, fazendo de tudo para encobrir seus rastros, destruindo até documentos que possam o incriminar, como se observa em um trecho da gravação telefônica interceptada”.

O Ministério Público do Estado, nas investigações da “Fiel da Balança” e da “Casa de Palha”, conseguiu acostar aos autos dos processos das duas operações muitas provas de que uma organização criminosa saqueou os cofres do Executivo e do Legislativo quixadaense. São várias horas de interceptações telefônicas, extratos bancários, entre outros elementos, todos adquiridos com autorização judicial.




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