Quixadá: Sem licitação e usando o dinheiro do combate a Covid, prefeitura “torra” quase R$ 150 mil em aluguel de carros

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Tirando proveito da pandemia de coronavírus, o município de Quixadá formalizou a contratação de 10 veículos por um período de apenas três meses, o custo desse gasto chega próximo a R$ 150 mil. A justificativa da secretaria de Saúde seria a de que os carros auxiliariam nas demandas decorrentes da Covid-19.

Entretanto, dois fatos despertam a atenção dos quixadaenses: O primeiro fato seria a ausência de licitação, uma vez que todo o processo de contratação foi realizado com a dispensa do procedimento licitatório, ficando, assim, os gestores municipais livres para gastar o dinheiro público do jeito que achar melhor. O outro fato diz respeito ao valor do aluguel dos veículos que se configuram como superfaturados, já que, com esse mesmo valor de R$ 135.000,00, daria para o município comprar aproximadamente 4 veículos novos e populares para atender as demandas da Secretaria de Saúde.

Com isso, os quixadaenses notam como estão sendo gastos os recursos destinados ao enfrentamento do coronavírus no município. Ao que tudo indica a regra é não fazer licitação e gastar sem qualquer critério de eficiência e de legalidade. Para se ter uma ideia, Quixadá já recebeu cerca de R$ 7 milhões para o combate da pandemia, somando-se o total de mais de R$ 80 milhões já repassado pelo Governo Federal para a prefeitura, somente no primeiro semestre de 2020.

Estamos falando de mais de 80 milhões! Esse é, sem dúvida, o maior volume de recursos federais já recebidos em apenas um semestre na história da Terra dos Monólitos. Por outro lado, os quixadaenses sofrem com o péssimo sistema de saúde pública, com a falta de saneamento básico e de pavimentação em vários bairros, situação essa que, inevitavelmente, contribui para a proliferação de doenças contagiosas.

A situação chega a ser tão crítica que, recentemente, dois profissionais da área da saúde chegaram ao ponto de usar as redes sociais para denunciar o descaso na saúde municipal, porém, como uma forma de opressão e revide, o prefeito Ilário Marques (PT) decidiu abrir dois processos administrativos para perseguir os servidores que criticaram o caos, visando censurar e intimidar a liberdade de expressão.

A contratação suspeita, porém, deve ser denunciada no Ministério Público, tendo em vista que não é normal um gestor gastar sem licitação um valor superfaturado com a contratação de veículos, levando em consideração ainda que estamos às vésperas de uma eleição municipal e o prefeito, que está em pleno exercício do mandato, já anunciou a sua pré-candidatura a reeleição, com o detalhe de que já foi afastado do cargo justamente sob a acusação de desvio de dinheiro público, na Operação “Fiel da Balança”.




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