Os condenados por corrupção no julgamento do mensalão, como o ex-ministro José Dirceu, o empresário Marcos Valério Fernandes e os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT), João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), vão reforçar uma estatística reveladora do sistema penitenciário brasileiro.
Das 548 mil pessoas que superlotam as unidades prisionais do país, somente 722 estão lá acusadas de terem praticado corrupção. Isso equivale a 0,1% do total de presos no Brasil.
Ou seja, 99,9% da população carcerária responde por outros tipos de crime. É o que indica o último relatório do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça.
Levantamentos feitos a partir dos relatórios estaduais do Depen mostra outra curiosidade: até o final do ano passado, em seis estados simplesmente não havia nenhum preso por corrupção: Acre, Alagoas, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Por outro lado, na mesma época, 38 mil pessoas (7%), acusadas de praticar furto, que é a subtração de coisa alheia sem uso de violência ou ameaça, dividiam a cela com criminosos violentos, tais como estupradores e assassinos.
Na avaliação de juristas ouvidos pelo site Congresso em Foco, os dados oficiais indicam que o Brasil encarcera muito, mas prende mal. Encarcera pessoas acusadas de crime de menor potencial ofensivo e deixa de fora denunciados por crimes violentos e de roubar o dinheiro público.
FONTE: Ceará Agora/Congresso em Foco


