Que a situação da prestação dos serviços públicos de saúde no município de Quixadá é ruim, não é segredo para ninguém. A cada dia que passa, novas informações ajudam os cidadãos deste município do sertão central cearense a formar um quadro mental exato de quão profunda a crise é.
Na manhã desta quinta-feira, 02, o senhor Aldemir Pereira da Silva, 78 anos, foi conduzido à Unidade de Pronto Atendimento – UPA 24 horas de Quixadá, para ser atendido com urgência em virtude do seu grave quadro de saúde.
O medicamento que, segundo familiares do idoso, deveria ser administrado nele era o Transamin, que se destina ao controle e prevenção de sangramentos provocados por cirurgias, traumatismos e doenças com tendência a produzir hemorragias.
Ocorre, porém, que na UPA de Quixadá havia apenas uma única ampola do remédio. Para piorar ainda mais, esta única ampola estava com o prazo de validade vencido, segundo familiares do paciente. A solução foi apelar para o bolso e comprar na farmácia o medicamento que deveria estar à disposição de quem paga impostos tão altos.
A situação precária da saúde não reflete os repasses financeiros volumosos que tem sido feitos ao município pelo Governo Federal. De acordo com dados do Fundo Nacional de Saúde, ligado ao Ministério da Saúde, Quixadá recebeu, de janeiro a setembro deste ano, a quantia de R$ 20.107.975,26 – dinheiro destinado a ser gasto exclusivamente com as demandas de saúde dos cidadãos.
Os familiares do idoso acabaram gastando R$ 50,00 do próprio bolso para comprar numa farmácia local o medicamento que, com mais de vinte milhões recebidos, a prefeitura não conseguiu comprar. O paciente foi internado no Hospital Eudásio Barroso, onde permanece à espera de exames que ajudem a determinar a causa para seu grave problema de saúde.
De acordo com uma funcionária da UPA que não quis se identificar, a versão contada pelos familiares do idoso não procede. Ela explica que o medicamento simplesmente não existia na unidade e que, por isso, o paciente foi transferido para o Eudásio Barroso.



Até quando isso? Meu Deus! Querido prefeito, se arrependimento matasse, eu já estava morta!