Projeto Biomas avança na Caatinga de Ibaretama

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Pesquisadores da Embrapa Florestas e da Embrapa Semiárido percorreram esta semana diferentes áreas da Fazenda Triunfo, no município de Ibaretama, próximo a Quixadá, no Ceará. A fazenda foi escolhida como o local para o desenvolvimento das pesquisas experimentais do Projeto Biomas.

O projeto no Bioma Caatinga já está na segunda fase, pesquisas diagnósticas, durante a qual se procedem estudos de caracterização das potencialidades e fragilidades ambientais, considerando solo vegetação e água.

Uma equipe com dez especialistas das citadas áreas estão relacionando a distribuição das fitofisionomias em coerência aos diferentes tipos de solo.

O principal objetivo do Projeto Biomas, parceria da Embrapa com a CNA e demais instituições de pesquisa, é a introdução de árvores dentro das propriedades rurais trazendo benefícios sociais, econômicos e ambientais. Por isso, o estudo do solo e do tipo de vegetação já existente é fundamental para determinar as espécies que podem ser plantadas nas propriedades considerando as especificidades do ambiente.

Os pesquisadores encontraram, nos quase 40 hectares pesquisados, três tipos predominantes de solos: Neossolo Flúvico, Vertissolo e também o Planossolo. Além da identificação, os especialistas também analisaram propriedades físicas como a composição, estrutura, textura, permeabilidade, porosidade, coesão e coloração.

Na fazenda Triunfo, no perímetro dominado pelos Vertissolos, por exemplo, há presença da carnaúba, da mariseira, do molungu, além da invasora exótica “unha do diabo”, cientificamente conhecida como Cryptostegia madagascariensis.

Nesse contexto, as fendas originadas pelo movimento do solo agem como uma aliada para a disseminação da última espécie. “Como a semente dela se dispersa pelo vento, assim que cai dentro das fendas encontra um local ideal para sua germinação”, informa o engenheiro florestal da Embrapa Semiárido, Iêdo Bezerra Sá.

O proprietário, Wellington Ribeiro Gomes, já tentou controlar a planta de diversas formas, inclusive com queimadas, prática considerada imprópria pela equipe de pesquisadores já que compromete os nutrientes presentes nas camadas mais superficiais do solo. Conter essa espécie é uma das esperanças de Wellington com a presença do grupo de pesquisa.

Ele acompanha a equipe de perto desde que os trabalhos foram iniciados, em dezembro de 2011. “Eu ainda estou entendendo o que eles estão fazendo aqui,” diz o produtor sobre a presença dos cientistas em sua fazenda. “Mas se eles puderem pelo menos amenizar a ‘unha do diabo’ já seria ótimo”, pondera.




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