Monólitos Post

As promessas de Lula e Dilma, e as garantias de Cid Gomes e Camilo Santana, dadas em campanha eleitoral, não passaram de pura enrolação: nenhuma refinaria da Petrobras será instalada no Ceará. O cancelamento do projeto foi anunciado pela estatal ainda durante o mês de janeiro. De todos os lados aparecem políticos revoltados, comportando-se como se não soubessem de antemão que a instalação da refinaria jamais aconteceria.

O Ministério Público resolveu esta semana adotar uma atitude mais produtiva do que apenas fazer zoada: enviou ofício à secretaria estadual da Infraestrutura, para saber se existe um contrato entre o Estado e a Petrobras.

A informação solicitada pelo MP é, de fato, de suma importância, pois revelará uma das seguintes configurações: (1)  se houver um contrato, ele foi unilateralmente rompido pela estatal e, neste caso, o MP poderia acionar a Justiça para que ela ordenasse o ressarcimento dos 650 milhões de reais que o Ceará gastou para receber as obras; (2) se não houver contrato, o caso seria mesmo de improbidade administrativa, já que o governo cearense teria gastado a vultuosa quantia sem que houvesse quaisquer garantias. Neste caso, Cid teria cometido uma irresponsabilidade enorme.

Independente de qual destes cenários venha a ser revelado, o certo mesmo é que as promessas feitas por Dilma, Lula e os Ferreira Gomes, junto com Camilo Santana, assegurando a efetiva construção da refinaria, não passavam de enganação com o povo do Ceará. Camilo se diz indignado com a decisão da Petrobras. Ele promete lutar até o fim pela construção da refinaria. A julgar pelo contexto, porém, a luta de Camilo existirá tanto quanto aquilo com que as pedras sonham. Quem, talvez, poderia estar mais propenso a pelo menos fazer barulho sobre o assunto seria Ciro Gomes, mas a Transnordestina, junto com um salário mensal de R$ 250 mil, caiu em seu colo. Aí já era.