CHORÓ: Prefeito admite desvio de dinheiro, mas Câmara Municipal recusa afastá-lo

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A Câmara Municipal de Choró, município localizado no sertão central do Estado, recusou na manhã desta terça-feira, 16, afastar o prefeito José Antonio Rodrigues Mendes (Dé), embora ele próprio tenha reconhecido a existência de desvios de dinheiro público em sua gestão.

A votação do requerimento, proposto pelo vereador Raimundo Nonato Paz, surpreendeu. Muitos esperavam que o prefeito Dé tivesse amplo apoio de sua bancada, porém, a votação acabou levando ao empate de 4 x 4, e a decisão requereu o voto de minerva do presidente da casa, vereador Elcimar Ribeiro, que se posicionou pela recusa do afastamento.

Pelo afastamento votaram os vereadores Silvino Rodrigues, Raimundo Nonato Paz, Francisco Jose Vidal de Queiroz e João Batista Castelo. Este último surpreendeu, pois seu voto junto à bancada do prefeito era tido como certo.

Contra o afastamento votaram os vereadores Manoel Maciel de Queiroz (professor Grêmio), Manoel Carneiro Neto, Raimundo Pereira da Silva e Hilda Barros, além do presidente da casa, Elcimar Ribeiro.

De acordo com a avaliação do vereador Silvino Rodrigues, “o exemplo teria que partir do parlamento, cuja missão é fiscalizar o executivo. Choró está estacionado na lama e é preciso tirar a quadrilha que está agindo dentro da prefeitura”. O vereador requereu cópia das gravações em que o prefeito reconhece a existência de esquemas corruptos em sua gestão. Também pediu cópias da entrevista da servidora Erilene Fernandes Gomes, dada à imprensa daquele município, bem como cópias de matérias do site Monólitos Post sobre os acontecimentos recentes.

Silvino ainda argumentou que o requerimento foi desaprovado por contrariar interesses financeiros de vereadores que possuem veículos alugados pela prefeitura.

Raimundo Pereira da Silva, por sua vez, discordou do pedido de afastamento, alegando que não havia necessidade para tal medida, uma vez que o prefeito reconheceu as irregularidades e prometeu tomar providências. De acordo com este posicionamento, por mais corrupta que uma gestão municipal seja, basta o prefeito dizer que vai ficar tudo bem para não ser necessário a Câmara cumprir seu papel constitucional, o que parece a muitos um posicionamento desarrazoado.

Após a votação, o vereador Raimundo Nonato Paz, que propôs o requerimento pedindo o afastamento, afirmou estar triste com a posição tomada pela maioria dos seus colegas de parlamento. “Vocês votaram contra o direito do povo; contra o direito a médico no hospital; contra aqueles que precisam de medicamentos e não tem, por que o dinheiro tá indo pelo ralo”, pontuou o parlamentar.

SERVIDORA CONVOCADA

Apesar de não aprovarem o afastamento do prefeito, os vereadores votaram a favor da convocação de Erilene Fernandes Gomes, ex-chefe do departamento de recursos humanos da prefeitura. Ela concedeu entrevistas recentemente ao radialista Marcolino Borges afirmando que o prefeito de Choró conhece vários esquemas de corrupção que sangram aquele município.

 




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