O Ceará corre sério risco de perder os recursos do programa federal “Minha Casa, Minha Vida”. O motivo é a demora de se tirar do papel os projetos apresentados à Caixa. Entre os 29 levados ao banco, apenas um foi contratado, com investimento de R$ 5,2 milhões. Esse valor é considerado irrisório se analisado o total destinado pelo Governo Federal para o Estado, cuja estimativa chega a R$ 1,7 bilhão. A soma, realizada pela Caixa, é baseada a partir da quantidade de moradias previstas para o Ceará (51.644), multiplicada pelo custo médio de cada unidade, que é de R$ 34 mil.
Se construtoras, cooperativas e entidades públicas não agirem rápido, estes recursos serão realocados para outro estado. Os 29 projetos apresentados para análise da Caixa somam R$ 412 milhões, ou seja, um pouco mais do que 25% do montante que pode ser utilizado.
Segundo o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Ceará (Sinduscon), André Montenegro, o problema é falta de infraestrutura nos terrenos, que em sua maioria, não têm esgotamento sanitário.
O superintende da Caixa em Fortaleza, Adalfran Carneiro, não descarta a hipótese de o Ceará deixar escapar os recursos federais. “Como é um plano federativo e com o avanço dos trabalhos em outros estados, a verba pode ser realocada. É um fato“.
O presidente do Sinduscon, Roberto Sergio, explicou que o Governo Federal analisa os estados onde há maior agilidade e o Ceará não vai bem.