Prestes a completar um ano de presença em todos os Estados da região Nordeste, a operadora de telefonia móvel Vivo ainda luta para abocanhar uma fatia relevante desse mercado.
Diante disso, o Nordeste deve ser prioridade da companhia no plano de investimentos para 2010, orçado em R$ 2,5 bilhões, conforme sinalizou no início do mês o presidente da Vivo, Roberto Lima.
Os números da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), referentes a dezembro de 2009, mostram a Vivo com participação de apenas 3,62% nos seis Estados do Nordeste que formam a chamada área 10 nos critérios do órgão regulador.
A área 10 exclui as operações da Bahia, Sergipe e Maranhão, que já pertenciam aos controladores da Vivo (Telefônica e Portugal Telecom) antes da fundação da operadora, em 2003. Nesses Estados, a Vivo detém hoje participação de 25,66%, 52,3% e 20,29%, respectivamente.
Em dezembro, o mercado total de telefonia móvel da região Nordeste tinha pouco mais de 34,2 milhões de celulares, representando 22% do mercado nacional – participação que vem se mantendo estável nos últimos dois anos. Na área 10, a soma é de 17,26 milhões de celulares. Nos dois cenários, entretanto, a Oi lidera o mercado, seguida por TIM, Claro e Vivo.
A chegada da Vivo à região ocorreu em outubro de 2008, quando a empresa iniciou operações em Pernambuco e no Ceará, onde detém participação de 3,75% e 3,35%, respectivamente. Mais tarde, em janeiro de 2009, a companhia estreou em Alagoas (2,74%) e na Paraíba (4,25%). Em março, começou no Piauí (5,41%) e no Rio Grande do Norte (2,78%).
Tude vê como positiva a política da Vivo para o Nordeste. “Acho que o desempenho está bom, pois trata-se de uma região muito grande. Não era de se esperar que a Vivo entrasse tentando conquistar uma grande fatia. O crescimento está acontecendo”, disse. De fato, a companhia vem ganhando mercado mês a mês, mesmo que a conta-gotas.
Em sua estreia no Recife, a Vivo realizou uma grande promoção para atrair novos clientes, porém acabou pega de surpresa pela forte demanda e teve que recuar. Havia o receio de que a capacidade da rede não suportasse a chegada do novo volume de tráfego.
Foi nessa promoção que a professora Daniele Andrade Araújo comprou um celular pré-pago. No entanto, a escassez de clientes da Vivo no Recife a obrigou a adquirir um de outra empresa, já que as ligações entre celulares da mesma operadora costumam ser mais baratas, até gratuitas. “Das pessoas que eu conheço, só meu namorado tem Vivo, então uso a Vivo só pra namorar”, disse a professora, que se queixou ainda da instabilidade do sinal da operadora em alguns municípios do interior pernambucano.
A expansão da cobertura da Vivo no Nordeste, hoje presente em 254 municípios, está sendo pautada pela oferta dos serviços de internet rápida, que já está disponível em 168 cidades da região. De acordo com a operadora, a banda larga móvel “está atendendo a uma demanda reprimida por conexão em alta velocidade pela rede fixa”.
“A Vivo entende que esses são os primeiros passos para a construção sólida da sua atuação no Nordeste, com um avanço natural focado no crescimento da comunidade e do relacionamento com as pessoas da região”, informou a operadora, em nota. Este ano, a previsão da Vivo é manter o ritmo de crescimento da área de cobertura, além de atender, até maio, mais 80 cidades na região.
Fonte: Valor Econômico
