Secretária de Estado americana Hillary Clinton chega ao Brasil

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Número um da diplomacia dos EUA adiantou viagem ao país devido a terremoto

A secretária de Estado americana, Hillary, Clinton, desembarcou cerca de dez minutos para 19h em Brasília. Ela cumpre agenda amanhã na capital e em São Paulo, onde visitará a Universidade Zumbi dos Palmares.

Hillary traz assuntos espinhosos na agenda, como o programa nuclear do Irã e a licitação para a venda de caças à FAB (Força Aérea Brasileira). O Departamento de Estado conta com um canal para enviar perguntas à secretária sobre sua visita à América Latina, mas elas devem ser feitas em inglês.

Em sua primeira visita a Brasília em pouco mais de um ano no cargo, Hillary se reunirá com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e será recebida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o Departamento de Estado americano, o programa nuclear iraniano será um dos assuntos “importantes” nas conversas, principalmente devido ao aumento da proximidade entre Brasil e Irã a partir do ano passado.

O Brasil ocupa atualmente um assento não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os Estados Unidos e outros países tentam convencer os integrantes do órgão a ampliar as sanções sobre o Irã devido às suspeitas de que seu programa nuclear esconde fins militares, o que é negado pelo governo iraniano.

Também desde o ano passado, Lula se ofereceu para atuar como mediador no conflito do Oriente Médio e fez diversos esforços diplomáticos ligados à região. Em novembro passado, recebeu os presidentes de Israel, Shimon Peres; da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e deve retribuir essas visitas nas próximas semanas.

Ao contrário de Washington, o Brasil sustenta que a comunidade internacional deve dialogar com Teerã até comprovar se o programa nuclear tem fins pacíficos, como diz Ahmadinejad. O secretário de Estado adjunto americano para a América Latina, Arturo Valenzuela, adiantou que Hillary pedirá a Lula para que pressione o Irã a cumprir seus compromissos com a comunidade internacional e disse que a Casa Branca espera “uma contribuição positiva”.

Outro assunto espinhoso será a América Latina, especialmente os países que os EUA considera “conflituosos”, como Bolívia, Cuba, Venezuela e Honduras, entre outros. No caso de Cuba, Brasil e EUA se distanciaram em relação à morte do dissidente Orlando Zapata Tamayo, ocorrida após uma prolongada greve de fome e um dia antes de uma visita de Lula a Havana.

Em relação à Venezuela, fontes diplomáticas disseram que Hillary pode citar a “preocupação” despertada em Washington pela denúncia de um juiz espanhol, que diz ter indícios de que Caracas intermediou contatos entre a organização terrorista basca ETA e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). As suspeitas do juiz Eloy Velasco foram rechaçadas com veemência pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez.

Também sobre a América Latina, se prevê que Hillary defenda o presidente de Honduras, Porfirio Lobo, ainda não reconhecido pelo Brasil. O governo brasileiro considera que ele foi eleito em meio a um processo “irregular” derivado da deposição do presidente Manuel Zelaya – deposto por um golpe em 28 de junho de 2009 -, mas os EUA argumentam que as eleições foram justas e estavam convocadas antes da deposição, considerada um golpe de Estado pela comunidade internacional.

Fonte: R7




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