Em Camocim os presos só não fogem, ou por consciência ou por pura falta de coragem. São três celas, cada uma com um buraco à disposição dos detentos que estão no xadrez da Delegacia Regional de Polícia Civil de Camocim.
Enquanto a cadeia pública passa por reformas, todos os detidos pela Polícia Militar são encaminhados para o local onde deveria abrigar apenas o serviço de investigação policial, que tem celas que teoricamente servem apenas para detenções provisórias.
A quantidade de fugas desde que a delegacia passou a servir de cadeia beira o absurdo, sendo impossível até chegarmos a um consenso sobre números exatos.
O que está acontecendo em Camocim é a colocação, na prática, do ditado “enxugando gelo”. A Polícia Militar prende, a Polícia Civil realiza o procedimento legal e logo depois vem a notícia da fuga do detento, simplesmente porque ele dá de cara com um sugestivo buraco.
Todo um serviço de investigação está comprometido. Os agentes ficam “reféns” de uma situação que coloca em perigo eles mesmos e toda uma vizinhança, que não aguenta mais ter que dividir a calçada com presos que surgem do nada, por cima de muros e telhados.
Fonte: Camocim on line
