Estudo aponta carência de 150 delegados

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Delegados aprovados em concurso da Polícia Civil mostram dados que indicam que a carência de delegados no Estado é de 150 profissionais

Dados de fevereiro deste ano apontam: a carência de delegados da Polícia Civil no Estado é de 150 profissionais. A lotação ideal nas delegacias inclui, com variações, delegados titulares, adjuntos e plantonistas. Em grande parte das delegacias regionais do Interior, o déficit chega a seis delegados.

As informações fazem parte de um dossiê elaborado por delegados aprovados no último concurso da Polícia Civil, realizado em 2006. O estudo aponta também que, embora a maior parte dos delegados convocados no ano passado tenha ido para o Interior, ainda há 89 municípios cearenses sem delegados – nem titulares nem adjuntos.

De acordo com eles, que não foram convocados ainda, o documento foi preparado a partir das informações repassadas pela Superintendência da Polícia Civil. O órgão não confirma os dados. Segundo o relatório, na Delegacia Regional de Itapipoca, por exemplo, que cobre 17 municípios, há um delegado titular e um adjunto. A lotação necessária seria um titular, um adjunto, dois assistentes e quatro plantonistas. O déficit é de seis delegados, cita o documento.

Na Delegacia Regional de Baturité, responsável por 14 municípios, há um titular. O ideal seria também um adjunto e quatro plantonistas. As metropolitanas, em geral, não têm delegados adjuntos, conforme a pesquisa. Nas especializadas, não há déficit, com exceção da Delegacia de Defraudações e Falsificações, cuja lotação atual inclui um delegado titular, um adjunto e um assistente. O necessário seria mais cinco assistentes.

O relatório indica que, em nenhuma das 45 delegacias municipais do Interior, há delegados adjuntos. Quanto à situação de Fortaleza e Região Metropolitana, a carência é de delegados plantonistas, cita o documento.

Um dos aprovados no concurso de 2006, Paulo Cid Torres, que disponibilizou o documento, ressalta que a convocação dos concursados restantes seria uma forma de investir mais na segurança pública do Estado. “Os índices de violência estão muito altos na Cidade e a gente está querendo trabalhar, ajudar a sociedade. Nós poderíamos estar trabalhando em prol da segurança pública para diminuir esses índices“, comenta.

Outro aprovado, Victor Timbó Lima, ressalta que um dos fatores que dificultam as ações da Polícia Civil é a falta de efetivo nas delegacias. “Não precisamos da criação de novas delegacias para sermos nomeados. Já existe delegacia com falta de delegados. E há pessoas altamente qualificadas, com formação muito boa, que ainda não foram chamadas“, cita. Paulo Cid, Victor Timbó e outros candidatos remanescentes do concurso público criaram uma comissão para incentivar o Governo a serem chamados logo.

SAIBA MAIS

> Candidatos remanescentes do último concurso da Polícia Civil do Estado pedem para ser chamados. Um deles é o advogado Paulo Cid Torres. Ele passou por todas as fases, inclusive o curso de formação profissional, que exigia dedicação exclusiva, já que as aulas ocorriam em tempo integral.

> O advogado ressalta que não há nenhuma perspectiva de chamada.

> De acordo com o advogado, o curso de formação, uma das últimas fases do processo seletivo, era em tempo integral. E muita gente precisou se afastar de seu trabalho para ir ao curso. Uma deles foi a advogada Lorna de Aguiar. Ela atuava como procuradora de São Benedito e teve de pedir afastamento: “Como o concurso tem validade de dois anos, temos até 4 de agosto de 2011 para sermos convocados. Acho muito difícil sermos chamados antes. Só um milagre mesmo“.

> Outro aprovado, Victor Timbó de Lima, acrescenta que o Governo tem feito muito investimento na área da segurança pública e, portanto, considera “oportuna“ a nomeação dos demais delegados.

> Ele foi aprovado na 1ª fase de um concurso para promotor de justiça de Pernambuco. Parou no meio do caminho. “Desisti para me dedicar a ser delegado de polícia do Estado do Ceará, porque não tenho intenções de deixar meu Estado“, considerou Victor. Na época em que foi chamado para participar do curso de formação, ele precisou deixar a advocacia e o magistério. Lecionava em vários cursinhos preparatórios para concursos.

E-MAIS

> Segundo o estudo apresentado pelos candidatos remanescentes do último concurso da Polícia Civil, com a construção da nova Divisão de Homicídios e Narcóticos, no Bairro de Fátima, a carência no número de delegados se eleva.

> “No projeto de lei encaminhado pela Superintendência de Polícia Civil ao governador do Estado, está prevista, para cada uma das mencionadas divisões, a lotação de 44 delegados de polícia“, cita o relatório.

> Assim, com o déficit de 150 delegados, mais a carência de 44 da Divisão de Homicídios e 44 da Divisão de Narcóticos, a carência total no Estado saltaria para 238 delegados.

> Há 112 candidatos remanescentes do concurso de 2006 a serem chamados.

Fonte: O Povo




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