Desodorantes gigantes vão disfarçar mau cheiro em Pequim

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Aterros superlotados de lixo incomodam tanto os moradores da cidade que as autoridades tentam mascarar o odor

Um cheiro podre paira no ar de Pequim. Moradores reclamam que ele não desaparece. Culpa dos mais de 200 lixões e aterros que rondam a cidade. Para acalmar os ânimos – e tapar o sol com a peneira -, cem desodorantes gigantes como este da foto serão instalados nos limites da cidade durante o mês de maio. O plano é uma tentativa de amenizar as críticas, mas nem toca em questões sanitárias mais complexas, como tratamento de esgoto e reciclagem.

O tubo com fragrância em alta pressão dos desodorantes pode disseminar o perfume a uma distância de até 50 metros. O equipamento é produzido por várias empresas chinesas e conta com tecnologia alemã e italiana.

De acordo com dados divulgados pelo The Guardian, a cidade de 17 milhões de habitantes produz 18 mil toneladas de lixo por dia – 7 mil toneladas a mais que a capacidade de seus aterros e lixões municipais. Segundo cálculos, em 4 anos, Pequim vai estar superlotada de lixo. Por hora, a cidade busca resolver seu problema de dejetos com a queima deles. Mas isso nem de longe resolverá o problema.

Nos últimos 20 anos, a abertura da economia para o capitalismo e o crescimento exagerado – quase 8% ao ano – aumentou o poder de compra da população das grandes cidades, e com isso, aumentou também a quantidade de lixo produzida por seus habitantes. Mas esse crescimento é desordenado. Atualmente, só 4% dos dejetos da cidade é encaminhado à reciclagem e 2% acaba sendo queimado. O resto vai parar nos mais de 300 mil km2 de depósitos de lixo a céu aberto (por falar nisso, outro plano do governo chinês é cobrir partes dessa área com plástico).

Uma boa notícia é que, a longo prazo, a cidade planeja investir pesado em programas de reciclagem. É esperar para ver, ou melhor, cheirar.

Fonte: Galileu




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