No período de 02 a 04 de julho foi realizado, em Quixeramobim, a fase regional dos Jogos Escolares Brasileiros, participaram da competição 21 municípios da região central do estado, perfazendo um total de mais de 1000 alunos-atletas.
A competição é disputada nos naipes masculino e feminino nas categorias 12 a 14 anos e 15 a 17 anos nas mais variadas modalidades.
A cidade de Quixadá foi representada pelas escolas Cesar Cals, Colégio Estadual, Escola Pe. Vicente, Escola José Jucá, CSCJ e pelo o GVA, nas modalidades de handebol, futsal e vôlei.
Fiquei muito contente em constatar a integração e o respeito entre os alunos dessas escolas, fato que seria muito difícil de acontecer numa dimensão que não fosse esportiva, o que prova, mais uma vez a importância do esporte como catalisador social.
Pude constatar, também, o comprometimento e a seriedade que os alunos encararam a competição, dormindo cedo, não promovendo bebedeiras nem badernas.
Meus colegas professores Robert ( José Jucá ), Dicoza ( CSCJ ), Lora ( Cesar Cals ), Braga ( Estadual ), Henrique ( Pe. Vicente ) que permaneceram durante todos os dias do evento junto a seus alunos mostrando o tipo de comprometimento que somente o professor de Educação Física.
Gostaria de parabenizar ao secretário de esportes de Quixeramobim , Sr. Idel, pela organização do evento e pela distinção que tiveram em especial com nossa delegação.
Pude ver as secretárias de esporte e educação trabalhando juntas como uma só, dando todo o apoio que as cidades precisavam.
O ponto negativo a meu ver nisso tudo foi fragilidade com que o esporte é tratado em nosso município.
Das 21 cidades participantes, Quixadá foi a única que não tinha um transporte próprio para se deslocar dentro de uma quadra de jogo para outra, o que fez que ficássemos dependendo de caronas nos ônibus dos outros municípios, algo que nos deixava sempre constrangidos e por algumas vezes em situação vexaminosa quando nos mandaram descer de um ônibus de outra cidade por já se encontrar muito cheio.
O transporte oficial da delegação de Quixadá era meu carro, que rodou muito, e a caminhoneta do prof. Henrique.
Fico constrangido em ser interpelado pelos colegas das outras cidades e perguntarem por que nossa cidade, a maior dentre todas as participantes, não ter uma estrutura adequada de apoio a seus alunos-atletas.
Rezo que chegue o dia em que os gestores de nosso município acordem e percebam o quão poderoso é o esporte como ferramenta de agregação social, formação corporal e promotora de saúde.
No dia em que isso for encarado com seriedade, veremos a diminuição dos índices de jovens drogados, dos acidentes fatais no trânsito e dos vários tipos violência, por que a lógica é simples, se eu não tenho nada saudável para fazer, vou preencher meu tempo ocioso com alguma outra atividade, que geralmente não é saudável.
Vou dá um exemplo bem simples: Vi disputando por uma determinada escola de Quixadá uma menina que é quase uma menina de rua, que vive pedindo esmola nos restaurante e mercantis de nossa cidade, que cheira cola faz mais Deus sabe o que, mas ela durante esses 03 dias, estava lá, focada na competição, não fez baderna, pelo contrário, estava feliz, se encantava com suas próprias jogadas, mandava beijos para a torcida quando concluía uma jogada,muito diferente da menina temida até pelos meninos de sua escola.
Durante pelo menos esses dias ela foi uma garota normal, como deveria ser toda criança na idade dela, mas que infelizmente ao voltar para sua rotina normal ela acabará voltando a fazer a única coisa que lhe resta, ir para a rua.
Espero sinceramente que não percamos mais uma geração de jovens.
Prof. João Luiz ( Janjão )
