Ronda recebe críticas na abertura dos trabalhos da Assembléia

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O deputado Tomás Figueiredo (PSDB), em pronunciamento no início da tarde desta terça-feira (03/08) na Assembleia Legislativa, falou sobre a morte do adolescente Bruce Cristian, atingido na cabeça por um tiro de um policial militar do Ronda do Quarteirão, no último dia 25 de julho.

Ele afirmou que os policiais do programa que ingressaram na tropa em 2007, não tiveram capacitação básica suficiente para a formação de um profissional de segurança pública.

Para o parlamentar, é lamentável ver a culpa sendo atribuída a um único policial que teve um tempo mínimo de treinamento nas poucas aulas que assistiu, e ver imputado à sua família todo o peso da ausência do Estado na formação dessa “terceira Polícia Militar” do Ceará.

Segundo o tucano, numa época em que se busca a unificação da Polícia, “o Ceará correu na contramão e criou uma Polícia de enfeite para poder atender aos anseios publicitários do governo de plantão”. Ele se solidarizou com a família do garoto morto, ressaltando ainda que se solidarizava também com a família do policial que está preso.

“O policial passou por 45 a 60 dias de treinamento e estão colocando sobre ele toda a culpa sobre o caso, sem procurar saber se teve capacitação suficiente para sair às ruas com uma arma de grosso calibre. Saiu porque ali cumpriu o seu dever, de acordo com o que foi passado pelos que o treinaram”, lamentou.

Tomás disse ainda que “o Ronda falhou sim, e a Secretaria Estadual de Segurança Pública falhou junto porque enxergou nesses policiais sua única política de segurança”, afirmou.

O deputado lembrou que foi a pedido do governador Cid Gomes que se diminuiu a carga horária de treinamento do Ronda do Quarteirão “de 180 para 90 dias, porque era urgente que eles fossem às ruas, já que o programa era um dos carros chefe de sua campanha”.

De acordo com Tomás, é uma pena que aqueles que poderiam passar conhecimentos aos novos e até passar por uma reciclagem, compartilhando experiências para que pudessem agir da melhor foram possível, não tenham tido tempo suficiente. “Agora, não sei de quem os ‘governeiros’ da Assembleia querem esconder que o Ronda falhou. A peneira que encobria o sol já mostra um rosto queimado”, salientou.

Por fim, o parlamentar falou a respeito da emenda sobre a diminuição da carga horária dos policias militares, que, de acordo com ele, jamais chegou a Casa, por meio de mensagem, para ser apreciada pelos deputados. “E a ‘polícia do governador’ continua nas ruas sob uma carga horária estressante e extenuante. A conseqüência disso está presente na vida real, marcando com tristeza a vida dos próprios policias que, na vontade de servir bem ao Estado, são postos nas ruas sem qualquer segurança garantida para eles mesmos”, encerrou.




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