A divulgação no Twitter de comentários racistas contra nordestinos deve custar uma ação criminal contra a jovem Mayara Petruso. Ela é estudante de Direito em São Paulo e já estagiou em um escritório de advocacia.
A seção pernambucana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) pretende denunciá-la nesta quinta ao Ministério Público paulista pelos crimes de racismo (pena de dois a cinco anos, mais multa) e incitação pública de prática criminosa (três a seis meses de detenção, mais multa).
Os ataques começaram na noite de domingo (31), após a vitória da candidata petista Dilma Rousseff, que recebeu grande votação no Nordeste. Entre as mensagens publicadas com erros de digitação no perfil da estudante estão: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”. Outras mensagens preconceituosas e agressivas de usuários do Twitter descontentes com a vitória da petista também foram publicadas. A reação veio na forma da mensagem replicada “#orgulhodesernordestino”. O assunto esteve no topo dos comentários do microblog.
Diante da repercussão negativa, informações sobre a estudante no Twitter e nas redes sociais Orkut e Facebook foram apagadas. Mesmo assim, internautas publicaram em fóruns virtuais que Mayara Petruso era estudante de Direito, matriculada do Centro Universitário Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e que trabalharia em um escritório de advocacia.
No final da tarde, o escritório Peixoto e Cury Advogados emitiu nota confirmando que a estudante foi sua estagiária, mas não faz mais parte do quadro de funcionários. O período e o que motivou a jovem a deixar o emprego não foram informados. O texto é crítico: “Com muito pesar e indignação, o escritório lamenta a infeliz opinião pessoal emitida por Mayara, em rede social, da qual apenas tomou conhecimento pela mídia e que veemente é contrário, deixando, assim, ao crivo das autoridades competentes as providências cabíveis”.
A estudante não foi encontrada para comentar o episódio. Na tarde de hoje, outro perfil de Mayara apareceu no microblog reiterando as ofensas. Há suspeita de que as mensagens desta vez sejam falsas. O presidente da seção pernambucana da OAB, Henrique Mariano, afirmou que pretende pedir o rastreamento da conta da autora das mensagens. Mariano afirmou que se outras pessoas também poderão ser identificadas e processadas.
Fonte: Veja
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