Professores entram em greve em Juazeiro do Norte

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Os mais de 1.700 professores da rede municipal de ensino de Juazeiro do Norte paralisaram as atividades desde o último dia 3, por tempo indeterminado, numa tentativa de reivindicar a restituição dos valores que foram descontados, sem aviso prévio, dos seus salários.

A categoria foi surpreendida com um abatimento que variou de R$ 180 a 500 reais, quando a média dos salários é de dois mínimos. Segundo a professora Luisiana Gomes da Silva, o prefeito Manoel Santana Neto não teve consideração pelos servidores. Ela julgou o fato como um assalto.

“Eu esperava que as 50 horas/aula que a Prefeitura está me devendo fossem pagas, mas este mês o desconto foi ainda maior. Meu salário veio com R$ 400 reais a menos. Não entendo porque a administração anterior pagava e essa não paga. Isso é um roubo”, conta em tom de revolta.

O procurador do Município, Irlando Linhares diz ter alertado aos servidores quanto aos erros encontrados no Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR) da categoria, aprovado na Câmara, no último mês de abril.

De acordo com Irlando, a consultoria recém contratada pelo Município encontrou irregularidades e ilegalidades no âmbito do magistério. Irlando afirmou ainda que uma sindicância será aberta para saber porque esses ajustes foram feitos sem a previsão legal.

Versão questionada pelos próprios vereadores que saíram em defesa da causa dos servidores, chegando alguns a classificar a atitude do Executivo de “roubo”. Para Tarso Magno (PSL), Roberto Sampaio (PSB) e Gledson Bezerra (PTB), a atitude é arbitrária.

Segundo eles, o PCCR foi amplamente debatido e aprovado, e se a “Câmara cria uma Lei é para ser cumprida e não discutida”.
Mesmo lamentando e reconhecendo prejuízo aos alunos, a secretária do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Mazé dos Santos diz que os servidores têm que se engajar nos movimentos, e que a paralisação continua.

“O objetivo é de sensibilizar a Prefeitura, para que entendam que retirar salários é inconstitucional”, afirma Mazé. Segundo ela, em todas as reuniões, o processo de negociação não avançou porque a administração municipal está irredutível.

Em Assembléia, na tarde de ontem (8), a categoria se reuniu para decidir a greve. “Eles dizem que os 7,86% de reajuste é ilegal, mas isso é balela, o que existe é um querer de tirar nossos salários, que juntando daria cerca de meio milhão de reais”.

Os servidores deram entrada com mandado de segurança no poder judiciário, sem conciliação. “Como professores não torcemos por isso, mas, infelizmente, se for a última opção, teremos que chegar a tal medida”, declara Mazé.

Fonte: Jornal do Cariri




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