O prefeito afastado do município de Senador Pompeu, no Sertão Central, advogado Antonio de Oliveira Teixeira, respondeu a diversas perguntas e interrogações de ouvintes e internautas no Programa Repórter Ceará da Rádio Campo Maior AM 840, nesta sexta, dia 30, quando pôde expor sua defesa diante das acusações que vêm sofrendo nos últimos meses.
“Eu sofri muito mais ofensa do que acusação”, foi esta uma das primeiras palavras de Teixeira na entrevista. O Prefeito afastado enfrentou uma série de perguntas sobre todas as recentes matérias publicadas na imprensa cearense e nacional, dando conta da existência de mais processos contra ele. Teixeira iniciou a entrevista criticando a imprensa de maior domínio no Estado e programas de rádio de Senador Pompeu que, segundo ele, estão aliados aos seus adversários.
Apesar da crítica ao comportamento da imprensa, Teixeira reconhece que ainda há exceções, veículos de comunicação que respeitam o limite de comunicar: “Eu tenho sido muito injustiçado pelos veículos de comunicação que levam a notícia de forma desonrosa e não ouvem o outro lado- e se faz isso por fins político-eleitoreiros e é exatamente por ver isso com muito repúdio que eu evidencio o trabalho daqueles que escutam o outro lado”.
Teixeira fez uma avaliação da atual administração de Senador Pompeu, comandada pelo prefeito interino, Ibervan Ramos, destacando que recebe diariamente dezenas de populares em sua residência, situada no município. Segundo ele, as pessoas relatam a situação administrativa da cidade: “O que posso perceber e que muito me deixa indignado é que Senador Pompeu ficou ‘emborcado’, você observa a maneira como o município estava no momento que eu estava governando, hoje você volta e não tem remédio nos postos de saúde, faltam ambulâncias. Eu estou falando de saúde e esta situação é muito calamitosa, mas em todos os setores da administração há uma lamentação enorme”.
Ainda se referindo ao prefeito interino, o entrevistado disse que Ibervan responde a uma ação por peculato e improbidade administrativa, acusado de falsificar matrícula de servidor em empréstimos consignados junto ao antigo BEC(Banco do Estado do Ceará). “Foi para proteger o dinheiro de Senador Pompeu que eu fui afastado. Aí colocam lá um indivíduo que já responde a processos e, com um agravante: o de que ele não foi eleito pelo povo”.
A equipe de jornalismo do Sistema Maior de Comunicação tentou por diversas vezes contato com o prefeito interino de Senador Pompeu, Ibervan Ramos, mas seu celular encontrava-se fora da área de cobertura ou desligado.
Um dos principais argumentos de defesa de Teixeira na entrevista foi o de que ele teria sido vítima, além de perseguição política, de injustiça, por parte do próprio Ministério Público: “Não sou contra a apuração de quaisquer acusações, que exista alguma dúvida sobre a regularidade, legitimidade, legalidade. Agora, a constituição diz que antes de ser apurado, antes da sentença transitar em julgado, todo mundo é considerado inocente”.
O prefeito afastado alegou que seus direitos foram cerceados: “Antes da sentença ser transitada em julgado eu não posso ser privado dos meus direitos e a Constituição está dizendo isso comigo, com você, com o promotor que me acusa, com o juiz que me julga, com os Tribunais que apreciam os recursos. Aí pergunto: em relação a minha pessoa isso não vale?[…] O Ministério Público colocou o pé em cima de mim como se eu não fosse nada”.
Foram muitas as participações de ouvintes, através dos canais de interação do Sistema Maior de Comunicação, na grande maioria com mensagens de apoio ao entrevistado.
Em relação as acusações de desvios de recursos destinados a obras públicas, Teixeira afirmou veementemente que todas as obras estão feitas e que não houve desvio de dinheiro, bem como que as mesmas devem ser periciadas. Referindo-se a “festa do galo”, como ficou conhecida a festa realizada na cidade para a comemoração de sua liberdade após a concessão de um habeas corpus pelo STF, em fevereiro deste ano, após quase oito meses de encarceramento, o entrevistado disse que é muito importante o trabalho do Ministério Público, mas que o mesmo dever ser realizado com cautela: “Disseram que eu tinha promovido uma carreata, um carnaval. Se o MP escutou informações da minha oposição, fez errado porque teria que provar. Em primeiro lugar eu cheguei ao KM 020 e fui recebido pelas pessoas. Se depender de mim, hoje eu não tenho um centavo para promover uma passeata de um metro, mas as pessoas estavam lá espontaneamente. E outra coisa: você ser recebido numa manifestação pública é crime? Não é! A Constituição diz que todos têm o direito de reunir-se pacificamente, está no artigo 5º”.
Indagado sobre o motivo que o teria levado a evadir-se do município quando da decretação de sua prisão preventiva, em junho de 2011, o prefeito afastado afirma que tomou a decisão após ameaças da oposição, que teve acesso a informação da decretação de sua prisão quinze dias antes da decisão judicial e que assim agiu para se preservar: “Essa pergunta muitos têm me feito e, na verdade, nos protegemos. Eu temia pela minha integridade física, pela minha vida […] até porque nós sabemos que eu tenho inimigos políticos”.
Leia, também, no site Quixeramobim Agora